MÚSICA

Billie Eilish e Taylor Swift entram em guerra pelo Nº 1 da Billboard; entenda as estratégias

As duas cantora travam uma disputa acirrada pelo topo da parada de álbuns da semana em meio a competição dos fãs nas redes e uma variedade de táticas digitais

Billie Eilish pode alcançar topo da Billboard, superando Taylor Swift - Reprodução/Instagram

Uma guerra fria entre duas titãs da música pop (ou pelo menos suas bases de fãs e gravadoras) se transformou numa espécie de corrida armamentista digital esta semana. Taylor Swift está há um mês no topo da Billboard 200 com seu álbum "The Tortured Poets Department", mas sexta passada Billie Eilish lançou o elogiado ''Hit Me Hard and Soft", cotado para chegar ao número 1 em sua semana de estreia.

Alguns seguidores apaixonados das duas artistas já vinham alimentando uma rivalidade, que remonta a comentários feito por Billie Eilish em março sobre "alguns dos maiores artistas do mundo" vendendo várias versões em vinil do mesmo álbum, "o que aumenta as vendas, os números e rende mais dinheiro".

Guerra digital

A tática, que Eilish chamou de "perdulária" e prejudicial ao meio ambiente, foi usada por muitos artistas, mas de forma especialmente eficaz por Taylor Swift. Eilish, de 22 anos, depois esclareceu que seus comentários não se direcionavam a nenhuma artista em específico e inclusive destacou que ela mesma chegou a usar a tática. Discos de ambas as artistas permanecem disponíveis em vários formatos físicos.

Mas o jogo continuou. Na semana de lançamento de "Hit me hard and soft", Taylor Swift soltou três edições digitais especiais de "Tortured Poets", disponíveis por 24 horas e incluindo demos inéditas de "rascunhos por telefone". Muitos viram o lance como uma afronta. Especialmente nas redes, onde a fidelidade dos fãs pop pode ser um esporte sangrento, o confronto deu origem a debates intensos.

Eilish logo lançou sua própria nova edição digital de "Hit me hard and soft", com faixas vocais isoladas para cada música. Essas manobras apostam na fidelidade dos fãs, que são se dedicam a inflar o sucesso de seus artistas favoritos e são recompensando com mais e mais conteúdos extra. A estratégia é popular e comum no "jogo de xadrez" que é o negócio da música moderna. Mas não parou por aí.

Na terça-feira, Swift lançou um remix do hit "Fortnight".

Na quarta-feira, Eilish postou um remix de "L'Amour de ma vie".

E na quinta-feira, último dia da semana na contagem da Billboard, Eilish expandiu seu álbum novamente, com edições limitadas de cada música em velocidades mais lentas e mais rápidas.

As gravadoras de Eilish, Darkroom/Interscope, também diminuíram o valor de "Hit me hard and soft" para US$ 4,99 como download no iTunes, enquanto "Tortured Poets" permaneceu em US$ 14,99. Mas o remix de "Fortnight" de Swift custava US$ 0,69 centavos, menos do que o preço típico de US$ 0,99 centavos ou US$ 1,29.

Então, na noite de quinta-feira, faltando seis horas na janela de vendas da semana, Swift deu um empurrão final, lançando três versões digitais adicionais para venda em seu site, Cada uma delas apresentava uma nova faixa com apresentações ao vivo da "Eras Tour" em Paris, no início do mês. As edições especiais foram disponibilizadas por apenas um dia.

As previsões do meio da semana, feitas antes de alguns desses lançamentos bônus, davam a Swift uma ligeira vantagem, com cerca de 350 mil unidades contra 300 mil de Eilish, de acordo com a revista "Hits". Para comparação, o álbum anterior de Eilish, "Happier than ever", vendeu 238 mil unidades na primeira semana, um pouco menos do que as 313 mil do seu disco de estreia, em 2019.

A Billboard diz que a corrida "deve ser apertada". E até mesmo grupos de fãs de outras artistas — Arianators, Katycats, Little Monsters e assim por diante — estão sendo convocados para se alinharem a um dos lados. A contagem final será revelada no início da próxima semana.