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Repsol recebe licença dos EUA para operar na Venezuela, diz chefe da estatal PDVSA

Essa medida obriga agora as empresas que queiram operar no país a pedir licenças individuais

Campo petrolífero - drpepperscott230/Pixabay

A petrolífera espanhola Repsol recebeu uma licença individual dos Estados Unidos para operar na sancionada Venezuela, informou, nesta sexta-feira (24), o presidente da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), Pedro Tellechea.

Ambas as empresas firmaram um acordo para aumentar a produção conjunta de petróleo e gás em 17 de abril, o mesmo dia em que Washington anunciou o fim da flexibilização de seu embargo petroleiro à Venezuela por questionamentos sobre a eleição de 28 de julho.

Essa medida obriga agora as empresas que queiram operar no país a pedir licenças individuais.

Tellechea, que também é ministro do Petróleo, mostrou-se otimista de que a produção de hidrocarbonetos venezuelanos chegue ao milhão de barris este ano impulsionada pela operação com a Repsol. Atualmente, segundo o responsável, alcança os 924.000 barris diários (bd).
 

"Vamos começar a ver o que [produzem] os companheiros da Repsol, que celebramos que acabam de lhe dar a licença", disse Tellechea durante um fórum de industriais. "Celebramos que a Repsol siga trabalhando na Venezuela. Com licença ou sem licença, nós seguimos trabalhando com eles."

"A Chevron tem sua licença e há uma quantidade de empresas que estão recebendo suas licenças", acrescentou.

A oferta de petróleo da Venezuela vem crescendo. Segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a produção do país sul-americano está em cerca 800.000 bd, depois de uma média girando em torno de 750.000 em 2023 e 680.000 em 2022.

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac), dependente do Departamento do Tesouro americano, aprovou operações para a francesa Maurel & Prom (M&P) em 6 de maio e, quatro dias depois, para prestadoras de serviços como Halliburton, Schlumberger Limited, Baker Hughes Holdings LLC e Weatherford International.

Em outubro do ano passado, os Estados Unidos haviam suspendido parcialmente, por seis meses, sanções que haviam imposto ao petróleo e o gás da Venezuela em 2019.

Mas anunciou o fim dessa licença em abril, deu prazo para "a liquidação de transações" pendentes até 31 de maio, e incluiu um anexo que permite às empresas que desejam trabalhar com a Venezuela solicitar licenças específicas.

A Repsol conta com participação de 40% na empresa de economia mista Petroquiriquire, na qual a PDVSA tem os 60% restantes, segundo dados do grupo espanhol, que estima os passivos do empreendimento em aproximadamente 340 milhões de dólares (R$ 1,75 bilhão).

Esta companhia opera em várias regiões do oeste e leste do país sul-americano.