Inflação deverá voltar à meta em 2025, diz economista-chefe do BCE
Na sua análise, os efeitos do aperto monetário vigente ainda estão se desdobrando na economia
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, avalia que a zona do euro poderá ver ainda mais desinflação ao longo de 2025, mesmo que a inflação não caia suavemente durante o resto de 2024. Ele disse nesta segunda-feira, 27, que a dinâmica desinflacionária esperada é condizente com uma estabilização da inflação na meta de 2% mais à frente em 2025 e com uma recuperação econômica substancial.
Na sua análise, os efeitos do aperto monetário vigente ainda estão se desdobrando na economia. Lane também prevê oscilações nos efeitos de base nas leituras mensais de inflação durante 2024, devido à volatilidade nos preços de energia em 2023.
A reversão escalonada de vários apoios fiscais temporários também terá efeitos desiguais nos níveis de preços, disse Lane.
"Espera-se que tanto a inflação cheia quanto o núcleo da inflação flutuem em torno dos níveis atuais até o fim do ano", afirmou Lane, em discurso durante evento do Instituto de Assuntos Internacionais e Europeus (IIEA, na sigla em inglês).
Lane projeta ainda que o crescimento salarial permanecerá elevado em 2024 e apresentará um perfil irregular. "O impacto dos salários mais altos nas pressões sobre os preços dependerá da taxa de crescimento da produtividade da mão de obra", refletiu.