China rebate G7: "Tentam estabelecer limitações ao nosso progresso. Isso é protecionismo"
Grupo de países mais industrializados do mundo acusa Pequim de prejudicar parceiros comerciais para dar vazão a suas exportações diante de um freio no crescimento e um excesso de capacidade produtiva no país
A China rebateu as críticas das nações do G7 sobre as práticas comerciais de Pequim, acusando os membros de exagerarem acerca de um excesso de capacidade produtiva na segunda maior economia do mundo. Um porta-voz do governo afirmou que o grupo, que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, quer limitar o progresso da China: "É essencialmente protecionismo", afirmou.
O comunicado final do encontro de ministros das finanças e banqueiros centrais do G7, no último sábado, citou nominalmente a China, acusando o país de prejudicar seus parceiros comerciais através do "uso abrangente de políticas e práticas não comerciais".
Segundo o G7, o grupo vai monitorar o impacto negativo desse excesso de capacidade chinês e considera "tomar medidas para garantir condições de concorrência equitativas". A China tem sido alvo de críticas, sobretudo dos Estados Unidos, por supostamente exportar produtos a preços subsidiados pelo governo para dar vazão a um excesso de capacidade produtiva de suas fábricas, diante de uma desaceleração do crescimento da economia chinesa.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, minimizou as alegações do G7 durante uma coletiva de imprensa em Pequim nesta segunda-feira, 27.
— O G7 exagera a chamada supercapacidade da China e tenta estabelecer obstáculos e limitações ao progresso da China. É essencialmente protecionismo. Não é do interesse de nenhuma das partes — disse.
O desentendimento é a mais recente demonstração das crescentes tensões entre a China e as nações industrializadas do mundo.
A administração Biden anunciou na sexta-feira que está reimpondo tarifas sobre centenas de produtos importados da China e aumentou em quatro vezes os impostos dos EUA sobre veículos elétricos chineses. A União Europeia abriu uma investigação sobre a indústria de veículos elétricos chineses no ano passado e está perto de decidir sobre o aumento das tarifas.
A China, por sua vez, sinalizou que está pronta para impor tarifas de até 25% sobre carros importados com grandes motores.