FMI eleva projeção do PIB brasileiro para 2,5% a médio prazo
Dado foi apresentado depois de visita do corpo técnico da instituição ao país
Em visita ao Brasil para a preparação do relatório com base no "Artigo IV" - um documento anual que analisa a economia dos países-membros da instituição -, técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) preveem uma melhora no crescimento econômico do país.
Como fatores que alimentam o aumento da projeção, a instituição citou a "ambiciosa agenda de crescimento sustentável e inclusiva", a "implementação do IVA (o novo imposto único sobre valor agregado previsto na Reforma Tributária", que, segundo o FMI, deve fortalecer a produtividade, criar empregos formais e reduzir a desigualdade, além de um esperado aumento na produção de petróleo e gás.
No médio prazo, diz o relatório, é esperado que "o crescimento se fortaleça para 2,5%", ante projeção anterior de 2%.
O órgão afirmou no documento que o balanço de riscos para as perspectivas de crescimento melhorou desde a consulta realizada no ano passado, e elogiou a condução da política monetária pelo Banco Central:
"O ritmo cuidadoso de flexibilização monetária desde agosto de 2023 tem sido apropriado e consistente com o regime de metas de inflação. Olhando para o futuro, dadas as condições fortes do mercado de trabalho e as expectativas de inflação acima da meta de 3%, manter a flexibilidade no ciclo de cortes é prudente", diz parte do documento.
O FMI elogiou ainda a adoção crescente do Pix e dos trabalhos do Drex, pelo Banco Central.
O órgão recomendou ainda que os esforços para domar as contas públicas seja ainda mais ambicioso, reiterando a recomendação realizada no ano passado:
"O compromisso contínuo das autoridades para melhorar a posição fiscal do Brasil é bem-vindo. Para colocar a dívida pública em um caminho firmemente descendente e abrir espaço para investimentos prioritários, a equipe do FMI recomenda um esforço fiscal sustentado e mais ambicioso, apoiado por medidas de receita e despesa e um quadro fiscal aprimorado".
A instituição frisou que os efeitos macroeconômicos e fiscais por causa da calamidade das enchentes no Rio Grande do Sul ainda são incertos, mas que a resiliência do país segue sustentável a partir de outros fatores, como um sólido sistema financeiro, reservas cambiais, baixa dependência de dívida estrangeira, câmbio flutuante e grandes reservas de caixa.
Em julho do ano passado, o relatório com base no Artigo IV previa um crescimento de 1,2% para 2024 e 1,7% para 2025. Já para a inflação, o órgão havia projetado uma variação de preços ao consumidor de 4,6% para este ano e 3% para 2025.