Ajuda militar à Ucrânia gera tensões no governo de coalizão espanhol
São "quantias elevadíssimas", criticou Yolanda Díaz, líder da plataforma de esquerda radical Sumar
O líder da plataforma de esquerda radical espanhola que governa em coalizão com o presidente do governo socialista, Pedro Sánchez, criticou nesta terça-feira (28) as quantias "elevadíssimas" que Madri se comprometeu a fornecer a Kiev em ajuda militar.
Sánchez assinou um acordo de segurança com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky durante a sua visita a Madri na segunda-feira. Este acordo inclui um compromisso de apoio militar para 2024 de 1 bilhão de euros (5,6 bilhões de reais).
Uma quantia importante para a Espanha, que até agora havia fornecido ajuda militar moderada a Kiev desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
São "quantias elevadíssimas", criticou Yolanda Díaz, líder da plataforma de esquerda radical Sumar, e número três do governo, na televisão pública.
Díaz, que também é ministra do Trabalho, acusou o Partido Socialista – que detém, entre outras, as pastas da Defesa e das Relações Exteriores no Executivo de esquerda – de "falta de transparência".
"Em duas ocasiões pedimos informação sobre o alcance daqueles mais de 1 bilhão de euros, que soubemos ontem, através de um veículo da mídia, que se destinavam a armas para a Ucrânia", acrescentou.
Segundo a imprensa local, o conselho de ministros aprovou recentemente a mobilização destes fundos, mas sem especificar detalhadamente o seu destino.
Desde que os socialistas e a esquerda radical começaram a governar em coalizão em 2020, as fricções de política externa entre os parceiros têm sido múltiplas, como por exemplo sobre o envio de armas para Kiev, ao qual a esquerda radical é muito crítica.