meio ambiente

Brasil e outros 20 países adotam normas comuns de contabilidade de carbono

A implantação será progressiva. Só em 2026 o Brasil, por exemplo, as as tornará obrigatórias

Carbono - Hector Retamal/AFP

Vinte e um país, entre eles Brasil, Bolívia e Costa Rica, além de jurisdições que abrangem vários estados, vão adotar em suas empresas normas contábeis comuns extra-financeiras sobre o clima, anunciadas nesta terça-feira (28), o organismo que já gerencia normas contábeis financeiras NIIF, aplicadas em 140 países e jurisdições.

A China, maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, divulgou na segunda-feira um projeto baseado nas duas primeiras normas do Conselho de Normas Internacionais Não Financeiras (ISSB), um braço do NIIF.
 

O objetivo do ISSB é permitir que os investidores tenham dados confiáveis para saber se estão investindo em empresas muito expostas a riscos climáticos e como suas carteiras de ações podem ser afetadas.

As novas normas climáticas da ISSB também serão aplicadas no Brasil, Bolívia, Costa Rica, Canadá, Austrália, Bangladesh, Hong Kong, Japão, Malásia, Paquistão, Filipinas, Singapura, Coreia do Sul, Sri Lanka, Taiwan, Quênia, Nigéria, Turquia , Reino Unido e União Europeia.

Representam no total cerca de 55% do PIB mundial e mais da metade das emissões globais de gases de efeito estufa.

“É difícil ir mais rápido”, disse à AFP Emmanuel Faber, presidente do ISSB, lembrando que a iniciativa foi lançada em 2021 e que as diretrizes foram concluídas em junho de 2023.

O Japão deveria se ajustar integralmente às normas estabelecidas pelo ISSB, mas os países poderão adaptá-las e as disposições da UE que suas próprias normas, que serão aplicadas em mais de 40.000 empresas, serão facilmente compatíveis com as do ISSB.

A implantação será progressiva. Só em 2026 o Brasil, por exemplo, as as tornará obrigatórias.

Na China, provavelmente algumas coleções de milhares de empresas mais relevantes irão fazê-lo, destaca Faber. O objetivo é abranger o que representa o grosso da economia para ter um impacto real na transição climática por meio dos mercados financeiros, insiste.

Os Estados Unidos não se alinharão por enquanto ao ISSB. Mas Faber aposta em que a adoção progressiva das normas internacionais no mundo e uma legislação futura na Califórnia incitam as empresas americanas a aderir.