IMPORTAÇÃO

BYD desembarca 5,4 mil carros elétricos e híbridos no Porto de Suape

Operação, a quarta este ano da fábrica chinesa no porto, é um recorde do hub de veículos do ancoradouro pernambucano

Frota da BYD chegou no Explorer Nº 1 BYD, navio construído pela própria empresa - Bera Digital/Divulgação

A greentech BYD, gigante mundial chinesa na fabricação de automóveis, desembarcou 5.459 carros elétricos e híbridos no Porto de Suape. A operação é um recorde do hub de veículos do atracadouro. A frota chegou no Explorer Nº 1 BYD - navio construído pela própria empresa -, que atracou em Suape na segunda-feira (27), depois de 27 dias de viagem. 

De acordo com o diretor-presidente do porto, Marcio Guiot, no ano passado, Suape movimentou 80 mil carros (importação, exportação e transbordo), dos quais 18% foram de operação de importação, percentual semelhante ao de 2022. “Com a chegada da BYD, o share de importação vai ser superior ao do ano passado. É a maior operação de veículos da gente em uma única chamada e vai se repetir nos próximos meses, representando um incremento para Pernambuco e para o Nordeste”, anunciou Guiot.

O hub de veículos do Porto de Suape é hoje o mais movimentado das regiões Norte e Nordeste e continua crescendo. A estimativa para este ano é de ultrapassar a marca de 100 mil unidades. Em 2023, o crescimento foi de 42% nas operações em relação ao ano anterior. Já em 2022, a alta foi de 19% em relação a 2021, com a entrada/saída de 56.936 unidades.

 

Megaoperação
A megaoperação, no Cais 5, deverá durar aproximadamente 50 horas e envolve dezenas de trabalhadores. Esta é quarta operação da BYD no atracadouro pernambucano e a primeira na modalidade Roll on-Roll off (o embarque e desembarque é realizado utilizando as próprias rodas dos veículos).

A primeira movimentação das quatro operações se deu em 15 de abril, com 1.972 unidades. A segunda, em 1º de maio, com o desembarque de 695 veículos. A terceira ocorreu em 14 de maio, com 1.722 unidades. Os carros desta última operação serão distribuídos para o Norte e Nordeste, segundo o gerente-sênior supply chain (cadeia de suprimentos) da BYD, Leonardo Fellipe.

Todos os modelos desembarcados no Terminal de Contêineres de Suape (Tecon) foram transportados da China em contêineres adaptados e em flat rack (equipamento usado para transporte ou armazenagem de cargas com excesso de altura e/ou largura), para que os automóveis chegassem ao porto sem quaisquer tipos de avarias.

A BYD tem exportado para o Brasil  um volume de carros um pouco maior do que a demanda do mercado para amenizar os efeitos da mudança de tributação em julho, mas não adiantou esse número. “Os carros que estão chegando terão preços que variam de R$ 115 mil a R$ 550 mil ao consumidor final. O Brasil hoje é o maior mercado para a BYD fora da Ásia”, revelou Leonardo Fellipe.

Emplacamentos
De janeiro a maio deste ano, a BYD emplacou mais de 25,5 mil unidades no Brasil, 43% a mais do que todos os emplacamentos de 2023 (17,9 mil). Em abril, a empresa se tornou a nona montadora a emplacar mais no País, no ranking geral entre as marcas, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Comprometida com a descarbonização do planeta por meio da transição energética, a BYD é líder na comercialização de veículos elétricos no Brasil, consolidada na fabricação de tecnologia de energia solar e vem expandindo sua atuação no País desde 2013. Tem, ainda, em solo brasileiro, fábricas de montagem de chassis de ônibus 100% elétricos e de produção de módulos fotovoltaicos, ambas em Campinas (SP).

A empresa conta, ainda, com o Polo Industrial de Manaus (AM), unidade dedicada à produção de baterias de fosfato de ferro-lítio. Além disso, importa empilhadeiras, paleteiras, rebocadores e caminhões para o Brasil, todos 100% elétricos. Em novembro de 2021, começou a comercialização de automóveis de passeio no país e já conta com modelos e uma rede de concessionárias em operação.

No ano passado, a empresa deu início à construção do Complexo de Camaçari, na Bahia, onde vai instalar a primeira fábrica de carros fora da Ásia que vai gerar cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos. Quando estiver em funcionamento, a fábrica deverá produzir, na primeira fase, 150 mil carros por ano elétricos e híbridos por ano; na segunda fase, a de expansão, até 300 mil unidades/ano.