mundo

Argentina interrompeu temporariamente o fornecimento de gás às indústrias

Na sexta-feira (24), a Secretaria de Energia anunciou, em um comunicado, a restrição do fornecimento de gás para combustíveis, postos de distribuição de GNC para automóveis e fornecimento de eletricidade

Gás natural - Rogério Reis/Agência Petrobras

A Argentina planejou a interrupção do fornecimento de gás às indústrias e da venda de gás natural comprimido (GNC) devido a problemas no pagamento das importações de combustíveis brasileiros, que ocorreram à falta do produto, informou uma fonte governamental.

“Nós emitimos o pagamento e houve uma colisão” da Petrobras, explicou o porta-voz presidencial Manuel Adorni em coletiva de imprensa, declarando, contudo, que “o problema acabou sendo resolvido”, sem dar mais detalhes sobre o motivo da recusa.
 

“O navio da Petrobras está descarregando para reabastecer o suficiente de energia. A estimativa é que o serviço volte ao funcionamento normal no final da noite (quarta-feira)”, disse ele.

Na sexta-feira (24), a Secretaria de Energia anunciou, em um comunicado, a restrição do fornecimento de gás para combustíveis, postos de distribuição de GNC para automóveis e fornecimento de eletricidade.

Segundo dados do setor, os cortes afetam mais de 300 indústrias, a maioria nas capitais Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé, além de todo o sistema de distribuição de GNC.

Nesta quarta-feira (29), motoristas fizeram fila por mais de duas horas nos postos de Buenos Aires. Este combustível custa um terço do preço da gasolina e é usado pela maioria dos carros oferecidos e veículos de carga leve, sendo cada vez mais utilizado por carros de passeio.

Segundo o vice-presidente da Câmara de Distribuidores do GNC, Oscar Olivero, só será possível reabastecer o tanque com gás na "sexta-feira ou sábado".

A Argentina, que possui uma das maiores reservas de gás do mundo, é obrigada a importar o combustível até que sejam concluídas as obras do gasoduto Néstor Kirchner, que deverá transportar o fluido da bacia de Vaca Muerta, na Patagônia.

Entretanto, o projeto foi afetado pela paralisação das obras públicas devido à política de austeridade fiscal do governo de Javier Milei. Até a conclusão das obras de construção das usinas de especificação de gás, sua capacidade de transporte é reduzida.