BRASIL

Policiais penais manifestam preocupação sobre restrições a 'saidinhas': "Pode acender o pavio"

Agentes acreditam que medida elevará tensão nas unidades prisionais brasileiras

Presídio - Arquivo / Agência Brasil

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo (Sifuspesp) emitiu nesta quarta-feira (29) uma nota na qual demonstra apreensão diante da derrubada pelo Congresso do veto do presidente Lula às restrições das saídas temporárias de presos. Segundo o comunicado, a decisão amplificou a tensão entre policiais penais em São Paulo, estado com a maior população carcerária do país.

Membros do sindicato acreditam que a mudança na lei suspende uma etapa importante do processo de ressocialização e aumenta a instabilidade dentro das unidades prisionais. A preocupação apontada como central por esses profissionais é a possibilidade da decisão de potencializar os riscos de motins, agressões a funcionários e tentativas de fuga.

O presidente do Sindicato, Fábio Jabá, afirma que esse temor também é compartilhado por policiais penais de outros estados e ressalta que o clima nas penitenciárias está atípico no momento.

— No início da discussão desse projeto, houve muito debate nas unidades prisionais, entre os presos. Desde a aprovação, impera o silêncio, o que é algo preocupante — disse Jabá.

De acordo com o sindicalista, a decisão de restringir as saidinhas é vista como uma medida que "pode acender o pavio" em um sistema já dominado por facções criminosas, fragilizado pela superlotação e pela falta de recursos básicos.