Passarinho e o Sistema Brega de Som lança disco de estreia, "Brega Dub"; ouça
O grupo apresenta suas referências da cultura do brega recifense misturado com o dub jamaicano
O grupo "Passarinho e o Sistema Brega de Som" (PSBS) lançou nas plataformas digitais o seu primeiro álbum, intitulado "Brega Dub". Liderado pelo artista recifense Passarinho, hoje radicado em Mauá/SP, o grupo aposta em uma estética musical com referências ao autêntico brega recifense, com elementos do dub jamaicano e da cultura popular.
Com nove faixas autorais e bem humoradas, "Brega Dub" versa sobre o amor, as dores e alegrias da vida, como também um assunto muito comum entre os recifenses: a famigerada "gaia" (expressão de traição usada na capital pernambucana). A cervejinha no bar com os amigos e reflexões sobre nosso olhar para dentro também ganham espaço nas canções.
"A ideia de chamar o disco de "Brega Dub" é justamente para explicar fácil e direto esse novo estilo e trabalho.Temos dois Ep's lançados, "Sozinho no Alto” (2018) e “Cartas” (2019), que foram protótipos do que iria nascer futuramente. Já tínhamos em mente essa construção sonora, mas só agora com esse novo trabalho, novo sentimento e mais maduros é que conseguimos colocar em prática essas ideias de misturar o brega, o reggae, o dub, o cavalo marinho, o samba duro e outros estilos musicais de mesclamos nesse disco", explicou Passarinho.
Ouça:
Sobre o álbum
Segundo Passarinho, "Brega Dub" é fruto das andanças pela capital pernambucana. "Em Recife só se toca brega! Nas comunidades, festas, shows, televisão, em todo canto só se ouve brega, aquele brega melado e cheio de malemolência, que fala sobre bares, amores, bebidas, traições, mas também sobre problemas da sociedade, da falta de educação, cultura e lazer, assuntos que estão presentes no disco também", contou.
"Já a influência do reggae veio na construção da rua, dos bares do Recife Antigo, da possibilidade de descobrir novos sons na internet, novas bandas e artistas", completou o artista, que escolheu a dedo a produção musical do recifense Arthur Dossa. "Pelo produtor também ser de Recife, trouxe essa bagagem pesada da nossa cultura e isso foi importantíssimo para construção dessa massa sonora. Misturamos outros elementos como cumbia latina, o rock dos anos 70 com distorções de guitarra e uma pitada de jovem guarda, e muitos outros elementos rítmicos", finalizou.
O disco foi financiado por um edital público da cidade de São José Dos Campos/SP, o fundo municipal de cultura (FMC).
Faixa a Faixa (por Passarinho):
"As voltas que o mundo deu": Essa é a primeira faixa do álbum e traz uma pancada sonora logo de cara, com um texto descontraído e efeitos na introdução da faixa ela vem na sequência com uma pancada de guitarras e um ritmo regional. O brega bate com uma letra amorosa seguida de bairros da cidade do recife misturando tudo e fazendo balançar geral.
"Becos e Vielas" - Essa é a segunda faixa e foi escolhida como single do disco porque achamos que define melhor essa estética brega dub, uma levada de bateria mas como uma linha de baixo e guitarras bem marcantes. Na composição da letra a gente trouxe essa vontade de dizer que para onde a música nos chamar nós iremos, SEMPRE que ela me chamar eu voo.
"Não Me Deixa" - Terceira do disco, aquele brega rasgado, com temas de guitarras e teclados para dançar agarradinho. A história da letra é sobre traição, sobre pedir perdão, se arrepender e dizer, por favor, volta pra mim? Levamos essa faixa pra recife e sentimentos a capital da gaia tocar os nossos corações, pensar em tudo que passou e nos momentos bons e carinhosos, no amor e na vontade de voltar com a pessoa amada.
"Baile do Sistema" - Uma cumbia quente, para fazer o salão pegar fogo total, muita dança, muito ritmo e uma massa sonora pesada no baixo e bateria. A parte B da música vem com uma letra rápida e falada, que exalta a cultura sound system e suas diversas formas.
"Ei rasta " - No processo do disco essa música nasceu de dentro da alma, eu estava passando por processos difíceis e resolvi colocar pra fora essa força, me olhar no espelho e dizer, cadê você? E nada melhor como um reggae para trazer essa ideia.
"Saudade" - Essa canção maravilhosa chegou como surpresa no disco, já estávamos quase indo gravar as faixas no estúdio quando ela apareceu. Eu convidei um amigo/parceiro de Garanhuns, Hercinho Gouveia para participar dessa faixa com uma poesia, ele trouxe uma poesia maravilhosa sobre a saudade, sobre o que ela representa em nossas vidas e de como é bom ter saudade das coisas.
"Quanto tempo Faz" - Logo de cara pra mim essa é a melhor música do disco! A faixa começa com uma brincadeira falando para tirar pink floyd e colocar passarinho e o sistema brega de som. A mistura rítmica e a letra se unem ao riff de guitarra, isso dá um caldo delicioso e ouvir.
"Além do que se vê" - Essa faixa traz uma referência legal da jovem guarda misturada com sintetizadores e efeitos na voz. A letra é sobre resolver seus b.o , saber que eles podem voltar se você não resolver direito, mas que tudo dá certo quando o sol brilha diariamente e uma nova tentativa de fazer o certo chega.
A faixa 9 e 10 são dubs feitas por Ricardo Garofalo ( baixista da banda) Colocamos essas duas faixas para somar na construção do disco, com a ideia de mandar para galera dos Sound System do Brasil e do mundo.
Ficha Técnica:
Banda: Passarinho e o Sistema Brega de Som
Bateria e Voz: Passarinho
Baixo: Ricardo Garofallo
Guitarra: Gabriel Salve
Percussão: Saulo de Padua
Produção Musical: Arthur Dossa
Produção Executiva: Dom de Oliveira
Capa do Álbum: Fernanda Baldo, Ana Beatriz Jardini
Figurino: Ana Beatriz Jardini, Nicole Gonzales
Direção Artística: Ana Beatriz Jardini
Fotos: Fernanda Baldo
Assessoria de imprensa: Rebeca Gouveia
Gravado no Estudio Ekord em abril de 2024
Mix e Master: Leonardo Marques
Gravação teclado das faixas 1 e 2 “ Becos e Vielas” e “ As Voltas que o Mundo Deu: Arquetipo Rafa
Gravação teclado das faixas 3 e 7 “Não me deixa” e “Quanto Tempo Faz” : Chiquinho Mombojo
Gravação teclado das das faixas 6, 5, 8 e 4 “ Saudade” “ Ei rasta” “ Além do que se vê “ e “Baile do Sistema” : Francisco Alcantara
Gravação guitarras na faixa 4 “ Não me deixa” : Arthur dossa
Participação : Hercinho Gouveia - Poesia na faixa 6 “Saudade”