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Paolla Oliveira vive a controversa Jordana de "Justiça 2" com contrato já encerrado com a Globo

Atriz começou a se movimentar mais em busca de renovação e papéis que a tirem do lugar-comum de vilãs ou heroínas dos folhetins

A atriz Paola Oliveira começou a se movimentar mais em busca de renovação e papéis - Reprodução/Instagram

No primeiro time da Globo por muitos anos, Paolla Oliveira se acostumou a um esquema de prestígio para selecionar seus trabalhos, sempre aliando as histórias que gostaria de contar, os convites que surgem de autores e diretores e, sobretudo, o planejamento da empresa. De uns tempos para cá, entretanto, a atriz começou a se movimentar mais em busca de renovação e papéis que a tirem do lugar-comum de vilãs ou heroínas dos folhetins. Admiradora do texto de Manuela Dias e sabendo da pré-produção de “Justiça 2”, depois de muitos anos de convites, Paolla correu atrás de um teste para integrar a produção original Globoplay. “Eu desejava trabalhar com a Manuela, sabia que a série estava escalando e mostrei meu interesse. Não quero ficar estacionada esperando algo que realmente me motive. Então, fiz o teste e fiquei ainda mais encantada com todo o projeto”, conta.

Mesmo ciente de que as novelas foram fundamentais para sedimentar sua trajetória, Paolla está satisfeita em retornar ao universo das séries e não esconde seu desejo de investir em mais oportunidades no formato. “Amo novelas e sou sempre muito dedicada quando me proponho a fazer uma. Porém, neste momento, queria estar envolvida em arte sem estar preocupada com a logística que um projeto de longa duração exige”, avalia. Na trama ambientada no Centro-Oeste, Jordana é uma empresária do ramo da música sertaneja disposta a tudo para manter seu sucesso e poder. Casada com seu ex-segurança, Egisto, papel de Marcello Novaes, ela é o principal algoz da aspirante a cantora Milena, papel de Nanda Costa. Por um erro de investigação e acusação, Milena acaba presa por um crime cometido por Jordana. “Trabalhar com a Nanda e o Marcello foi incrível. Conheço os dois há muitos anos e foi um encontro pessoal e profissional muito bonito”, valoriza.

Para viver a empresária musical com propriedade, Paolla fez uma imersão cultural nos ritmos populares que estão em alta no país, como o piseiro e o forró. Sem esquecer, é claro, do sertanejo, estilo disseminado no estado de Goiás, celeiro de composições e artistas do gênero, e onde acontece uma acirrada disputa entre gravadoras e produtoras por potenciais novos talentos. “Busquei referências, conversei com pessoas do ramo e adorei saber mais sobre esse universo. Eu já consumia sertanejo e piseiro. O sertanejo porque eu sou paulistana, tenho família no interior de São Paulo e cresci ouvindo”, destaca. Apesar da segurança de Jordana na ascensão das carreiras de seus agenciados e bom faro para os negócios, a personagem acaba se perdendo no próprio egocentrismo. “Jordana é uma pessoa ressentida, com muitas faltas afetivas na vida. Ela acha que está acima do bem e do mal, o que a faz agir sempre em benefício próprio, sem se importar com qualquer tipo de consequência”, resume.
 

Antes de se consolidar na carreira de atriz, Paolla quase desistiu para focar na Fisioterapia, área em que é formada e pós-graduada. No entanto, atuar falou mais alto e ela voltou a fazer testes para a tevê. A primeira experiência no veículo foi na virada dos anos 2000, como assistente de palco do “Passa ou Repassa”, do SBT, quando tinha apenas 17 anos. Em 2004, ela estreou na teledramaturgia de forma tímida na obscura “Metamorphoses”, exibida pela Record. Um ano depois, entretanto, teve sua primeira grande chance no vídeo ao ser selecionada para viver a sonhadora Giovana em “Belíssima”, sucesso escrito por Silvio de Abreu. Na sequência, emendou papéis de destaque em produções como “O Profeta”, “Amor à Vida” e “A Força do Querer”. No final de 2023, após 18 anos, Paolla e a Globo encerraram o vínculo de exclusividade. Para a atriz, “Justiça 2” fecha este ciclo de forma significativa. “Gosto da história que construí na emissora. Me agarrei nas oportunidades iniciais, trabalhei muito e conquistei papéis que mudaram minha vida. Trabalhar por obra é uma forma de ter mais liberdade e acho que isso é bom tanto para mim quanto para a empresa”, analisa.

“Justiça 2” – Temporadas 1 e 2 no Globoplay.