rio de janeiro

Marcas de sangue e objetos revirados: o cenário da morte do empresário que teria sido envenenado

No quarto do homem, objetos foram jogados em cima da cama e o guarda-roupa revirado

Empresário teria sido envenenado por namorada - Reprodução

O corpo do empresário Luiz Marcelo Odmond quando encontrado pelo síndico do prédio, no dia 20, estava enrolada em lençóis, sentado no sofá da sala próximo da janela. O ventilador de teto da sala estava ligado e um segundo ventilador foi posicionado por Júlia ao lado do corpo para inibir o mau cheiro, o que segundo vizinhos não adiantou já que o odor atraiu urubus para a janela.

No chão do apartamento ainda é possível ver marcas de sangue que, de acordo com o primo da vítima, a polícia acredita ser de uma hemorragia causada pela alta quantidade de morfina que Luiz Marcelo teria ingerido.

No quarto do empresário, objetos foram jogado em cima da cama e a o guarda roupa revirado. A família disse ao Globo que pretende doar os móveis a uma igreja. No entanto, ainda não sabem o que pretendem fazer com o apartamento.

Os vizinhos do apartamento ao lado que preferem não se identificar disseram que de sábado para domingo ouviram "barulho de alguém gemendo de dor":

"Pensei que fosse barulho do computador. Marcelo era tranquilo como vizinho. Ele gostava de brincar com os cachorros e os meus gatos. Senti um cheiro muito forte e pensei fosse um rato morto ou lixo acumulado na lixeira. Meu marido começou a sentir o cheiro no sábado. Tomei um susto quando os bombeiros chegaram e disseram que o cheiro era de um corpo em decomposição. A gente não via movimentação da Júlia. Meu marido a viu uma única vez. Eles eram pessoas reservadas. Ela não deixava Marcelo receber visitas. Não imaginava que um crime tão cruel havia acontecido ao lado da minha casa. Eu tenho um filho de 20 anos e fiquei pensando nele. O Marcelo estava feliz. Ele achava que estava vivendo um romance. Ele estava feliz."

Relembre caso
O corpo do empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond foi encontrado no dia 20 de maio, em seu apartamento. Ele não era visto pelos vizinhos, que desconfiaram e chamaram socorro, desde o dia 17. O cadáver já estava em estágio avançado de decomposição, mas uma marca que indicava um possível golpe na cabeça fez os agentes investigarem como morte suspeita

Segundo a Polícia Civil, ao decorrer do inquérito “os agentes apuraram que a namorada de Luiz Marcelo esteve no apartamento enquanto ele já estava morto e agiu com ajuda de sua comparsa, que trabalharia como cigana”. A suposta comparsa confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima e revelou que boa parte de seus ganhos vinham dos pagamentos de uma dívida de Júlia.

A namorada é considerada foragida da Justiça — contra ela há um mandado de prisão em aberto por homicídio qualificado. O caso segue sendo investigado pela 25ª DP (Engenho Novo).