Suspeita de envenenamento disse a porteiro que namorado estava "acamado"
Funcionário do prédio também notou mudança de comportamento do empresário, que parecia estar sob efeito de medicamentos
Dois dias antes de o empresário Luiz Marcelo Ormond ser encontrado morto em seu apartamento, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio, o porteiro do prédio em que morava questionou Júlia Andrade Cathermol Pimenta — namorada suspeita de envenenar o companheiro — sobre Luiz. A resposta, segundo informou o funcionário à Polícia Civil, foi: "Tá doente, acamado em casa".
O corpo estava em avançado estado de decomposição e, segundo o laudo de necropsia, Luiz tinha morrido de 3 a 6 dias antes de ser encontrado. Na ocasião, vizinhos sentiram um mau cheiro vindo do apartamento, e acionaram os bombeiros, que arrombaram a porta do imóvel, encontrando o morto no sofá da sala.
A suspeita é de que ele tenha sido envenenado, ao ingerir um brigadeirão "batizado" comprimidos. Em seu corpo, o laudo apontou um líquido achocolatado como conteúdo gástrico. Um exame laboratorial foi solicitado para determinar a causa da morte.
Segundo o porteiro ouvido pela polícia, Luiz Marcelo Ormond apresentou Júlia Andrade Cathermol Pimenta como sua namorada, com "passe livre" ao prédio, além de ter a chave do apartamento e a tag da portaria. O funcionário estima que ela passou a ter presença constante do endereço nos últimos 30 dias antes da morte do morador.
Nesse período em que estavam juntos, o porteiro ainda notou por três vezes uma "mudança no comportamento" do empresário, que aparentava "estar sob efeito de algum medicamento ou droga", mas que, ao perguntar ao próprio Luiz Marcelo sobre seu estado de saúde, ele teria respondido que estava passando por problemas relacionados à sua pressão arterial.
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Entre os depoimentos colhidos pela polícia, mais testemunhas relatam ter percebido que o homem "andava estranho", com fala arrastada, aparentando estar desorientado e "grogue".
Júlia teria permanecido no apartamento mesmo após a morte de Luiz Marcelo, convivendo com o corpo. No último dia 18, dois dias antes de o corpo ser encontrado — apesar de a polícia apontar que, na data, ele já estava morto — a namorada do empresário ainda bateu com o carro dele na pilastra do prédio, e pediu ajuda aos porteiros para retirar o veículo da garagem. Naquele dia, ela já voltou da rua sem o automóvel, alegando tê-lo levado para a oficina.