"Um ser de luz", diz post de mãe sobre jovem suspeita de matar empresário envenenado com brigadeirão
Na publicação feita em 2018 nas redes sociais, Carla Carthermol afirma que Júlia Andrade Cathermol "brilha tanto"
A mãe de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita do assassinato do empresário Marcelo Ormond, morto em seu apartamento no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, definiu a filha como “um ser de luz”. O post de Carla Cathermol foi feito em abril de 2018, em homenagem ao aniversário da filha.
Na publicação, a mulher destaca que a filha “brilha tanto” e deseja que ela tenha “sempre ao lado alguém do bem”:
“Difícil achar palavras para a aniversariante do dia! Um ser de luz, que brilha tanto... Eu poderia ficar o dia inteirinho falando das qualidades, mas vou me apegar ao que te desejo. Suas qualidades todo mundo sabe, basta olhar para você! Desejo que tenha para viver muita paz no dia a dia, pois são eles que ditam nosso estado de espírito. Que você tenha sempre ao lado alguém do bem, assim como é”, escreveu Carla.
Por fim, a mãe afirma que estará sempre com Júlia. “Almejo que seus dias e sua vida sejam floridos e radiantes como ti. Que nunca lhe falte nada e que a felicidade e sucesso
caminhem contigo por onde for. Lembre-se sempre de seguir sua estrada de cabeça erguida a cada desafio um crescimento! Eu estarei contigo, pode ter certeza. Desejo aqui o meu feliz aniversario e, claro, muito amor na vida!! Te amo!!”, finaliza Carla.
Vida dupla
Em depoimento, a cigana Suyany Breschak, suspeita de ter ajudado no crime, alega que Júlia dividia sua vida da seguinte maneira: fins de semana com seu namorado Jean e meio de semana dividia entre Luis Marcelo e eventuais atendimentos como garota de programa. Segundo Breschak, Luis Marcelo sabia da profissão de Júlia.
Ainda de acordo com a cigana, o empresário conheceu a suspeita em uma sala de bate-papo na internet, há aproximadamente 10 anos atrás. Na ocasião, Julia ofereceu os serviços de garota de programa. No entanto, Suyany relata que o mesmo não se aplica em relação a Jean, que desconhecia a profissão de Júlia e a existência de Luis Marcelo.
Auto intitulada conselheira espiritual da suspeita, Suyany alegou que a mulher teria acumulado uma dívida de cerca de R$ 600 mil por trabalhos de “limpeza espiritual”. A dívida já vinha sendo paga há cinco anos, através de parcelas mensais de R$ 5 mil, conforme o relato de Suyany.
A cigana explica que carro de Luiz Marcelo, um Honda CRV, foi levado por Julia, após a morte do namorado, para Araruama, na Região dos Lagos. O veículo foi entregue a um homem identificado apenas como Vitor, que seria ex-namorado da cigana.
O depoimento conta que Vitor sabia que o carro estava envolvido com um possível homicídio, mas aceitou receber o veículo que era de Luiz Marcelo como parte da dívida entre Júlia e Suyany. O carro iria representar um abatimento de R$ 75 mil no valor total da dívida.
A Suyany contou em depoimento que o carro ficou com Vitor porque ele fazia ameaças contra ela e cobrava dinheiro dela. Vitor foi preso por receptação quando a polícia o encontrou com o carro, o celular e um computador do empresário.
Abordado pelos policiais, o homem que estava na posse do carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. A investigação aponta que os bens seriam vendidos em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
Ainda de acordo com o depoimento de Suyany, ela teria sacado R$ 5 mil de sua conta para pagar a fiança de Vitor após sua prisão. Segundo ela, depois disso, deu mais R$ 2 mil para ele.