SAÚDE

Câncer de pulmão: medicamento impede progressão da doença em 60% dos pacientes

O estudo foi contou com mais de 200 participantes e foi apresentado na conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos

Raio-X de um pulmão - Freepik

Cerca de seis em cada dez pacientes com câncer de pulmão avançado que receberam o comprimido diário de lorlatinibe, da Pfizer, sobreviveram durante cinco anos sem progressão da doença. Os resultados considerados “extraordinários” foram apresentados na conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos.

Para a pesquisa, liderada pelo Peter MacCallum Cancer Center, em Melbourne, na Austrália, participaram 296 pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão de não pequenas células, causada pela mutação do gene ALK. Essa é uma forma agressiva da doença que muitas vezes se espalha para o cérebro. Um quarto dos pacientes já tinha visto o câncer se espalhar para o cérebro.

O lorlatinibe se liga à proteína ALK presente na superfície das células, o que bloqueia o crescimento de tumores e consegue interromper o desenvolvimento do câncer. Os resultados mostraram que após cinco anos, 60% dos pacientes que receberam o novo tratamento sobreviveram durante cinco anos sem progressão — ou seja, piora — da condição, em comparação com os 8% que receberam o crizotinibe, tratamento padrão. Isso equivale a uma redução contínua de 81% no risco de progressão ou morte.

Os pacientes foram submetidos a exames cerebrais a cada oito semanas, e isso mostrou que o lorlatinibe evitou que o câncer se espalhasse para o cérebro e impediu o crescimento de qualquer tumor cerebral existente. Este resultado foi considerado inédito pelos cientistas.

 

A equipe explicou que ainda não é possível ter os números exatos de anos dos anos de vida ganhos pelos pacientes porque a maioria dos participantes não sofreram progressões da doença.

“Esta é a sobrevida livre de progressão mais longa já relatada no câncer de pulmão de células não pequenas ALK+ e, de fato, até o momento, até o momento, em qualquer terapia direcionada para câncer de pulmão”, afirmou o autor principal, Benjamin Solomon, em comunicado.