ESTADOS UNIDOS

Quadrilha é presa nos EUA após aplicar golpe de quase R$ 65 milhões na Apple

No total, os réus tentaram devolver mais de 16 mil aparelhos falsificados da empresa californiana durante o período de dez anos

iPhone 15 - Patrick T. Fallon / AFP

Cinco pessoas foram presas nos Estados Unidos acusadas de aplicar um golpe de quase R$ 65 milhões na Apple. A operação visava produtos diversos da empresa, incluindo iPhones, iPads e computadores, com milhares de itens falsificados circulando no mercado após serem devolvidos para a empresa como aparelhos defeituosos.

Os réus, chineses entre 26 e 40 anos, são acusados de orquestrar uma rede sofisticada que facilitava a fabricação e distribuição desses dispositivos falsificados, além de operacionalizar as devoluções fraudulentas.

As réplicas idênticas dos aparelhos eletrônicos acabavam sendo trocados por aparelhos legítimos. Apesar da enorme semelhança com os dispositivos originais, as unidades eram basicamente pesos de papel e nem ligavam.

— Os réus são acusados de se aproveitar das políticas de atendimento ao cliente da Apple para roubar mais de US$ 12 milhões em mercadorias. As empresas não devem ser vitimadas e fraudadas por serem responsivas às necessidades dos clientes, e essas acusações federais enviam uma mensagem de que nosso escritório tomará medidas decisivas para descobrir e processar aqueles que perpetram fraudes — afirmou o Procurador dos Estados Unidos, Martin Estrada.

No total, o esquema teria envolvido mais de 16 mil dispositivos fraudulentos na linha de produtos da Apple com o objetivo de trocá-los por dispositivos genuínos que seriam vendidos com lucro. A operação estaria em funcionamento desde dezembro de 2015, quando dois chineses coordenaram com outros criminosos na China para enviar iPhones, iPads e outros dispositivos falsificados da Apple para os EUA.

 

Segundo as investigações, os aparelhos eram foram projetados para se parecer com dispositivos genuínos da Apple e incluíam números de identificação correspondentes aos números em produtos reais da Apple que haviam sido vendidos na América do Norte, eram de propriedade de pessoas reais e estavam sob garantia por meio da garantia do fabricante da Apple e do AppleCare+, o programa de garantia estendida da Apple.

Na hora do atendimento, os criminosos supostamente afirmavam aos funcionários que os aparelhos eram genuínos, mas estavam quebrados ou não operacionais e estavam cobertos pelos programas de garantia da empresa. O golpe foi aplicado em várias lojas na Califórnia, sendo que em um único dia eles visitariam até dez lojas diferentes da Apple.

Uma vez nas lojas da Apple, os funcionários substituíam ou reparavam o dispositivo falsificado por um genuíno na mesma visita ou, em outras ocasiões, os enviavam para um centro de reparos.

Depois de trocarem com sucesso os dispositivos da Apple falsificados por dispositivos genuínos, os réus supostamente enviaram os dispositivos genuínos a comparsas nos Estados Unidos e no exterior, principalmente na China, onde eram revendidos com lucro.