Justiça

Advogado de Moro diz que "brincadeira" sobre Gilmar Mendes não pode "gerar pedido de prisão"

STF analisa denúncia da PGR contra senador por declaração em que insinua venda de sentença

Sessão da Primeira Turma do STF - Gustavo Moreno/STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) por calúnia, devido a uma fala contra o ministro Gilmar Mendes, do STF. A denúncia ocorreu devido a um vídeo no qual Moro aparece rindo e fala em "comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes".

No início do julgamento, o advogado de Moro, Luis Felipe Cunha, reconheceu que a declaração de Moro foi "infeliz", mas disse que ela ocorreu em um "ambiente jocoso", de uma festa junina.

— Meu cliente fez uma brincadeira falando sobre a eventual compra da liberdade ele caso ele fosse preso naquela circunstância de uma brincadeira de festa junina, Em nenhum momento ele acusou o ministro Gilmar Mendes de vender sentença. O que não pode haver é análise de uma brincadeira gerar um pedido de prisão — declarou Cunha.

No vídeo que motivou a denúncia, que tem menos de dez segundos, Moro aparece dizendo:

— Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes — diz.

A denúncia foi apresentada pela então vice-procuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo, na gestão de Augusto Aras na PGR. Araújo afirmou que Moro cometeu crime de calúnia contra o ministro do STF ao sugerir que Gilmar pratica corrupção passiva. Por isso, pediu a perda do mandato do senador caso a condenação passe de quatro anos de prisão.