Colômbia

Petro não descarta buscar reeleição na Colômbia no 'futuro'

No poder desde agosto de 2022, Petro alega que o Estado descumpriu vários pontos do acordo de paz com as Farc negociado em Havana, portanto, propõe fazer ajustes convocando uma assembleia constituinte

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro - Juan Barreto/AFP

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta terça-feira (4) que não descarta buscar "em um futuro" a reeleição, apesar de ser proibido por lei, por meio de uma mudança na Constituição que ele promove há semanas em meio a críticas de seus antecessores.

O esquerdista insistiu recentemente em convocar uma assembleia nacional constituinte valendo-se do acordo de paz de 2016 entre o Estado e a guerrilha das Farc, proposta fortemente reprovada pelo Nobel da Paz Juan Manuel Santos e outros ex-presidentes.

"Não quero me reeleger [...], mas não nego essa possibilidade em um futuro porque o poder constituinte tem que se expressar", afirmou Petro durante um ato na sede do governo.

No poder desde agosto de 2022, Petro alega que o Estado descumpriu vários pontos do acordo de paz com as Farc negociado em Havana, portanto, propõe fazer ajustes convocando uma assembleia constituinte.

Mas a oposição diz que, na realidade, ele quer fazer isso para incluir um artigo que permita a reeleição, eliminada pelo Congresso em 2015, e estender seu mandato até 2026.

O ex-presidente Juan Manuel Santos (2010-2018), que assinou a paz com a outrora guerrilha mais poderosa da América, assegura que Petro faz uma interpretação errada do acordo e sugeriu a ele que, se deseja mudar a Carta Magna, o faça no âmbito das leis atuais.

Durante a campanha, Petro prometeu que não iria alterar a Constituição de 1991, mas foi mudando de discurso após ser eleito.