Artista gráfico Ben morre aos 88 anos
Foi aberta uma investigação "para esclarecer as causas da morte"
Benjamin Vautier (nome verdadeiro de Ben) "foi encontrado morto em sua casa", anunciou o Ministério Público de Nice, segundo o qual "os primeiros elementos indicam um ferimento por arma de fogo".
O Ministério Público acrescentou que foi aberta uma investigação “para esclarecer as causas da morte”.
“O mundo da cultura perde uma lenda”, escreveu a ministra da Cultura, Rachida Dati, nas redes sociais. “Ourives da linguagem, Ben deixa quase 12 mil criações artísticas”, continua a ministra. “Seus escritos humorísticos, às vezes satíricos, acompanharam e marcaram gerações”, acrescentou.
O prefeito de Nice, Christian Estrosi, revelou no Instagram que na véspera soube da morte da esposa da artista, Annie.
“Eles estão reunidos como sempre permaneceriam”, explicou o prefeito, que anunciou uma homenagem a Ben em breve.
Nascido em Nápoles em 1935, o artista franco-suíço, fundador da Escola de Nice junto com Arman, Yves Klein e Martial Raysse, viveu numa cidade costeira do sudeste da França desde os 14 anos.
As citações de Ben podem ser encontradas em objetos significativos, desde canecas de café a camisetas, pôsteres ou até pinturas. São escritos em caligrafia arredondada, muitas vezes em tinta branca sobre fundo preto, e à primeira vista parecem ter saído da cabeça de um estudante travesso.
"Para que sirva a arte?", "O que é novo é sempre novo?", "O que você está fazendo aqui?", "Não entendo nada" ou "Minha maior preocupação sou eu".
Ben foi tema de exposições no Museu de Arte Moderna de Nova York e no Centro Pompidou de Paris, e no ano passado o Museu Universitário do México dedicou-lhe a maior retrospectiva organizada no mundo hispânico.