Justiça

Condenado por planejar explosão de caminhão de combustível no DF pede para trabalhar em posto

De acordo com as investigações, George Washington de Oliveira Sousa montou o artefato explosivo e o colocou em um caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação

George Washington de Oliveira Sousa instalou explosivo em caminhão - Divulgação Polícia Civil

Um dos condenados por planejar um ataque à bomba no Aeroporto de Brasília, George Washington de Oliveira Sousa pediu à Justiça ser supervisor de um posto de gasolina no Pará. Por decisão da juíza Francisca Danielle Mesquita, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), ele passou a cumprir a pena no regime semiaberto e ainda recebeu a autorização para fazer trabalho externo.

No mês passado, a defesa de Souza informou à magistrada que, “em virtude da aptidão para o trabalho e das demonstrações de sua reeducação”, ele recebeu a proposta de emprego para atuar no estabelecimento entre 8h e 18h nos dias úteis. 
 

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Souza transportou, em 12 de novembro, da sua cidade natal no Pará para Brasília, diversas armas de fogo, dinamite, acessórios e munições. 

“O propósito dele seria distribuir os armamentos a indivíduos dispostos a usá-los no cumprimento de seu intuito: garantir distúrbios sociais e evitar a propagação do que ele denomina como comunismo”, escreveu o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, na sentença que o condenou a nove anos e quatro meses de prisão.

Para o magistrado, Souza, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza expuseram a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio das pessoas, ao colocarem dinamite ou substância de efeitos análogos em um caminhão-tanque carregado de combustível. 

Ele pontuou que os três se encontraram “durante as manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais, em frente ao Quartel-General do Exército, quando decidiram se unir para praticar os delitos”.

“O objetivo dos denunciados era cometer infrações penais que pudessem causar comoção social a fim de que houvesse intervenção militar e decretação de Estado de Sítio”, escreve Tovani, na sentença.

Já em frente ao QG, em 23 de dezembro, os três e outros manifestantes não identificados elaboraram o plano de utilização de artefato explosivo para detonação em lugares públicos, segundo o inquérito. Nesse mesmo dia, Souza teria conhecido um indivíduo que lhe forneceu um controle remoto e quatro acionadores, instrumentos colocados junto às dinamites para criação da bomba.

Um dos condenados então teria se deslocado até o aeroporto e colocado a bomba no eixo traseiro de um caminhão-tanque que estava estacionado, aguardando o momento de se aproximar da base aérea para ser desabastecido. O veículo estava carregado de querosene de aviação e tinha capacidade para 60 mil litros. 

Antes de a bomba explodir, entretanto, um motorista percebeu a presença do artefato e o retirou do local.