Condenado por planejar explosão de caminhão de combustível no DF pede para trabalhar em posto
De acordo com as investigações, George Washington de Oliveira Sousa montou o artefato explosivo e o colocou em um caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação
Um dos condenados por planejar um ataque à bomba no Aeroporto de Brasília, George Washington de Oliveira Sousa pediu à Justiça ser supervisor de um posto de gasolina no Pará. Por decisão da juíza Francisca Danielle Mesquita, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), ele passou a cumprir a pena no regime semiaberto e ainda recebeu a autorização para fazer trabalho externo.
No mês passado, a defesa de Souza informou à magistrada que, “em virtude da aptidão para o trabalho e das demonstrações de sua reeducação”, ele recebeu a proposta de emprego para atuar no estabelecimento entre 8h e 18h nos dias úteis.
“O propósito dele seria distribuir os armamentos a indivíduos dispostos a usá-los no cumprimento de seu intuito: garantir distúrbios sociais e evitar a propagação do que ele denomina como comunismo”, escreveu o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, na sentença que o condenou a nove anos e quatro meses de prisão.
Para o magistrado, Souza, Alan Diego dos Santos Rodrigues e Wellington Macedo de Souza expuseram a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio das pessoas, ao colocarem dinamite ou substância de efeitos análogos em um caminhão-tanque carregado de combustível.
Ele pontuou que os três se encontraram “durante as manifestações contrárias ao resultado das eleições presidenciais, em frente ao Quartel-General do Exército, quando decidiram se unir para praticar os delitos”.
“O objetivo dos denunciados era cometer infrações penais que pudessem causar comoção social a fim de que houvesse intervenção militar e decretação de Estado de Sítio”, escreve Tovani, na sentença.
Já em frente ao QG, em 23 de dezembro, os três e outros manifestantes não identificados elaboraram o plano de utilização de artefato explosivo para detonação em lugares públicos, segundo o inquérito. Nesse mesmo dia, Souza teria conhecido um indivíduo que lhe forneceu um controle remoto e quatro acionadores, instrumentos colocados junto às dinamites para criação da bomba.
Um dos condenados então teria se deslocado até o aeroporto e colocado a bomba no eixo traseiro de um caminhão-tanque que estava estacionado, aguardando o momento de se aproximar da base aérea para ser desabastecido. O veículo estava carregado de querosene de aviação e tinha capacidade para 60 mil litros.
Antes de a bomba explodir, entretanto, um motorista percebeu a presença do artefato e o retirou do local.