Argentina

"Sou eu quem destrói o Estado por dentro", diz presidente da Argentina, Javier Milei

Declaração foi dada durante entrevista para imprensa nos Estados Unidos

Javier Milei: presidente da Argentina voltou a ratificar o rumo de sua gestão, reforçou a ideia de "batalha cultural" que quer travar e se autodefiniu como um líder mundial - Juan Mabromata/AFP

O presidente Javier Milei voltou a atacar o Estado, apesar de exercer a mais alta responsabilidade, e disse que ama ser o que o destrói por dentro. Em linha com o que já havia mostrado, sobretudo em suas intervenções internacionais, e entre risos, o presidente da Argentina voltou a ratificar o rumo de sua gestão, reforçou a ideia de "batalha cultural" que quer travar e se autodefiniu como um líder mundial.

Além disso, voltou a atacar a imprensa, tudo em uma entrevista publicada nesta quinta-feira.

"Amor. Adoro ser o topo dentro do estado. Sou eu quem destrói o Estado por dentro", afirmou, por vezes com voz rouca, numa entrevista que concedeu em São Francisco, Estados Unidos, ao meio de comunicação Free Press, publicada em formato audiovisual e escrito. Foi durante sua turnê por aquele país.

“Digamos que é como se infiltrar nas fileiras inimigas. A reforma do Estado tem que ser feita por alguém que odeia o Estado e eu odeio tanto o Estado que estou disposto a suportar todo este tipo de calúnias, insultos, mentiras, tanto sobre mim como sobre os meus entes mais queridos, que são minha irmã e meus amigos cães , e meus pais, para destruir o Estado”, disse ele.

Convencido de que, apesar desse ódio, devia se envolver na "arena política", Milei voltou a dizer que está encarando o maior ajuste fiscal da humanidade e que isso é possível porque decidiu se envolver. Destacou, além disso, sua política de eliminar ministérios e de "demitir funcionários públicos todos os meses", depois de ter prometido ontem expulsar mais 50.000 das fileiras públicas, ao mesmo tempo em que assegurou que sua gestão eliminou regulações e atos de corrupção.

"Isso de fora não se pode fazer. Se eu me colocasse em uma posição libertária ridiculamente purista, não poderia mudar nada, estaria entregando o terreno aos socialistas", comentou.

Apesar disso, quis insinuar que se introduzir no "barro da política" não foi fácil. "Eu tive que suportar calúnias e injúrias de todo tipo. Não apenas contra minha pessoa, mas contra minha irmã, contra meu pai, contra minha mãe; disseram todo tipo de barbaridades, se meteram com meus entes queridos, com todos. Até se meteram com meus cães, violando a Constituição Nacional, que diz que as ações privadas estão reservadas ao privado e à consciência e à vontade de Deus. Foram tão sujos, tão imundos, que até se meteram com meus cães. Nesse sentido, é preciso ter muita coragem", sustentou.