dinheiro público

STF pagou R$ 39 mil a segurança em viagem de Dias Toffoli à final da Champions League

O ministro do STF assistiu à partida no camarote do empresário Alberto Leite, dono da FS Security

Ministro Dias Toffoli - Carlos Moura/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) pagou R$ 39 mil em dinheiro público a um segurança que acompanhou a viagem à Inglaterra do ministro Dias Toffoli entre os dias 25 de maio a 3 de junho.

No último sábado, 1º, Toffoli acompanhou a vitória de 2 a 0 do Real Madrid contra o Borussia Dortmund, no estádio Wembley, em Londres, na final da Liga dos Campeões da UEFA. O valor pago ao segurança foi revelado pelo jornal Folha de S Paulo e confirmado pelo Estadão.

O ministro do STF assistiu à partida no camarote do empresário Alberto Leite, dono da FS Security, uma agência de segurança digital. A informação foi revelada pelo jornal O Globo.

Questionado, Toffoli respondeu ao jornal que arcou com os custos relativos a passagens, hospedagem e demais despesas de consumo, mas não esclareceu se bancou os gastos com segurança pessoal.



O valor das diárias do segurança do ministro constam no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), plataforma do governo federal para ordens de pagamento do poder público.

Como mostrou o Estadão, de junho de 2023 a maio deste ano, os ministros do Supremo marcaram presença em ao menos 22 agendas no exterior. O índice corresponde a uma média de dois eventos internacionais a cada mês.

Os magistrados arcam com as despesas de passagem e hospedagem, mas o valor pago com segurança pessoal são oriundos do poder público. Em 2023, por exemplo, o segurança do ministro Luiz Fux registrou R$ 145 mil em diárias emitidas.

Uma parcela deste montante acaba estornada aos cofres públicos quando a viagem é cancelada ou nos casos em que um magistrado retorna ao Brasil antes do prazo prevista.

O STF reconhece o aumento dos gastos com segurança dos magistrados, mas alega que o custo aumentou em razão da crescente hostilidade contra os membros da Corte.

O Supremo também argumenta que pagar servidores brasileiros para a guarda pessoal dos ministros é menos custoso que contratar seguranças estrangeiros.