Justiça

Léo Maia não é filho "afetivo" de Tim Maia, decide Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

Único filho biológico do cantor Tim Maia é Carmelo Maia; há outra disputas de paternidade na Justiça

TJ-RJ decidiu que Léo Maia não é filho "afetivo" de Tim Maia - Reprodução

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, nesta terça-feira, que o cantor Léo Maia não é filho de afetivo de Tim Maia, morto em 1998. Procurados, representantes de Léo Maia afirmaram que o artista não irá se manifestar sobre o assunto.

A decisão do TJ-RJ foi divulgada pela Folha de São Paulo e confirmada pelo Globo. "A afeição e o tratamento carinhoso, especialmente após relação de padrasto e enteado, por si só, não pode ser tida como intenção de adoção, sob pena de atribuir vontades a pessoas que, em vida, não declararam de forma expressa", diz um trecho da decisão.

O único filho biológico de Tim Maia é Carmelo Maia. Ele e Léo Maia são filhos de Maria de Jesus Gomes da Silva, a Geisa. Em suas redes sociais, Léo Maia se apresenta como filho do cantor de "Azul da Cor do Mar".

Essa não é a única disputa envolvendo Tim Maia. O coreógrafo Rodrigo Rezende diz ter indícios de ser filho do músico. Em março deste ano, o Serviço de Perícias Genéticas do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afirmou, segundo documentos aos quais o Globo teve acesso, que será necessária uma nova exumação do cantor Tim Maia nesta outra investigação de paternidade.

Os advogados do coreógrafo Rodrigo Rezende, que diz ter indícios de ser filho do músico, alegam que o procedimento não é necessário, dado o material genético do cantor já ter sido recolhido em um caso semelhante no passado.

De acordo com o Serviço de Perícias Genéticas, o convênio do TJ-RJ com o laboratório da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), responsável por esse tipo de exame e onde o DNA de Tim Maia está guardado, foi encerrado em 2018. Por isso, seria necessária a nova exumação, com coleta de material genético a ser encaminhado a um laboratório particular, conveniado ao TJ.

No dia 1 de março, em resposta a declaração do órgão do TJ-RJ, datada de fevereiro, a advogada de Rezende, Maria Inês Lourenço, solicitou que as amostras do DNA de Tim Maia, armazenados na Uerj, fossem trazidas ao processo.

No documento, os representantes do coreógrafo dizem não existir motivos para uma nova exumação. Segundo Maria Inês, o material genético do cantor poderia ser encaminhado ao novo laboratório.

— O Rodrigo é beneficiário da Justiça gratuita. Ele não paga para fazer esse exame. Quem paga é o Tribunal, que pagava para a Uerj — explica a advogada — O genoma do Tim Maia já foi decifrado pela Uerj e confirmado pela UFRJ. Eu peço para pegar aquilo que já foi decifrado, decifrar o do Rodrigo e comparar. A situação é bastante simples.