Petrobras decide reativar fábrica de fertilizantes no Paraná
Medida é uma das primeiras decisões da diretoria sob a liderança de Magda Chambriard, que assumiu a estatal com a promessa de acelerar investimentos, como deseja o Planalto
A Petrobras informou hoje, em comunicado ao mercado, que sua diretoria aprovou, em reunião realizada hoje, a reativação da fábrica de fertilizantes da empresas em Araucária, no Paraná, paralisada desde 2020. A fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa) foi hibernada pela Petrobras no governo Bolsonaro por não ser lucrativa para a estatal.
A reativação da unidade é uma das primeiras decisões da diretoria sob a liderança da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Ela assumiu a estatal há duas semanas, substituindo Jean Paul Prates, com a promessa de acelerar investimentos da companhia no país, como deseja o governo federal.
Segundo o comunicado, "serão imediatamente iniciados todos os procedimentos necessários à retomada da fábrica, incluindo a publicação dos editais para contratação de serviços de manutenção e de materiais críticos".
Com a decisão, segundo a Petrobras, a diretoria também autoriza que a Ansa "celebre acordo e efetue a contratação dos antigos empregados, condicionada à homologação do acordo pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A previsão é que a operação seja reiniciada no segundo semestre de 2025".
Situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a Ansa possui capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia, além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32).
Além da Ansa, há a expectativa em torno da retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul (MS).
De acordo com fontes, a companhia vem mantendo conversas com os chineses da Sinopec para a retomada da UFN-III. A unidade começou a ser construída em 2011 e hoje está cerca de 80% pronta.
As obras, no entanto, estão paradas desde dezembro de 2014. Em 2017, a Petrobras chegou a colocar a fábrica à venda, mas sempre encontrou dificuldades para se desfazer da unidade.
Retomar a produção de fertilizantes no Brasil é uma das bandeiras do governo Lula de forma a impulsionar e baratear a produção agrícola, já que o país é um grande importador dos insumos.
A ideia do governo é usar a produção de gás natural, como a do pré-sal, como combustível para a produção da matéria-prima para os fertilizantes.