Brasil e mais 16 países assinam declaração de apoio a plano de Biden por cessar-fogo em Gaza
Documento apela para que Israel e Hamas fechem um acordo e iniciem o processo de libertação dos reféns
Ao lado de 16 países, o Brasil aderiu a uma declaração conjunta expressando apoio ao plano do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para um cessar-fogo do conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.
A declaração apela para que líderes de Israel e do grupo terrorista Hamas fechem um acordo e iniciem o processo de libertação dos reféns.
A carta conjunta, divulgada pelo governo britânico, afirma que a libertação levará a um cessar-fogo imediato e à reabilitação de Gaza, "juntamente com garantias de segurança para Israel e oportunidades para uma paz mais duradoura e a longo prazo e uma solução de dois Estados".
“Como líderes de países profundamente preocupados com os reféns detidos pelo Hamas em Gaza, incluindo muitos dos nossos próprios cidadãos, apoiamos totalmente o movimento rumo a um acordo para o cessar-fogo e a libertação dos reféns (…) conforme delineado pelo presidente Biden em 31 de maio”, diz trecho da declaração.
O texto segue afirmando que o acordo trará "alívio às famílias dos nossos reféns, bem como às pessoas de ambos os lados deste terrível conflito" e que "é hora de a guerra acabar e este acordo é o ponto de partida necessário".
A declaração é apoiada pelos Estados Unidos, Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido.
Negociações travadas
Desde o início do conflito, as tratativas por um cessar-fogo estão sendo mediadas pelo Catar, em Doha, com delegações das duas partes em conflito, além dos Estados Unidos e do Egito. A proposta de Biden foi apresentada na semana passada e propõe uma trégua em três fases. Segundo o presidente americano, o plano foi concebido por Israel, mas negociadores israelenses se distanciaram dele.
Apesar do apoio da comunidade internacional, o Hamas ainda não respondeu à proposta americana.
"Os mediadores ainda não receberam resposta do Movimento de Resistência Islâmica Palestina [Hamas] em relação à última proposta", disse Majed al-Ansari, porta-voz da Chancelaria catari, à agência estatal de notícias do país. O grupo "indicou que ainda está estudando a proposta", acrescentou.
Até agora, os combates só foram interrompidos durante sete dias em novembro, em uma trégua que permitiu a liberação de mais de 100 reféns em troca de centenas de prisioneiros palestinos, todos mulheres e/ou menores de idade.
Na quarta-feira, representantes do Hamas se reuniram com o primeiro-ministro do Catar e o chefe de inteligência do Egito em Doha. Segundo o canal egípcio al-Qahera News nesta quinta, um funcionário do alto escalão do Cairo declarou que foram recebidos sinais alentadores do Hamas com relação a um possível pacto com Israel.
Mas um alto dirigente do Hamas em Beirute, Osama Hamdan, disse que a última proposta "são só palavras pronunciadas por Biden em um discurso".
— Até agora, os americanos não apresentaram nenhum documento ou texto que os comprometa com o que foi dito por Biden em seu discurso — afirmou.