CRIME

Ronnie Lessa disse ter aceitado proposta para ''ficar rico''

Assassino confesso da vereadora Marielle Franco disse que ganhava R$ 50 mil por mês com "gatonet" e barracas de lanche

O ex-policial militar Ronnie Lessa, em depoimento prestado no acordo de delação premiada - Reprodução

O ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou, em seu acordo de delação premiada, ter aceitado a proposta de assassinar a vereadora Marielle Franco para “ficar rico”, sem saber quem era o alvo. Segundo Lessa, antes, ele já ganhava R$ 50 mil por mês com cobranças de“gatonet” e barracas de lanche.

O relato faz parte da delação premiada de Lessa, cujo trecho estava em segredo de Justiça retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, na sexta-feira. O acordo foi considerado essencial para a conclusão das investigações.

— Eu ganhava dinheiro com ‘gatonet’... ganhava R$ 50 mil por mês — disse.

Em outro momento, Lessa declara que "ninguém esperava" a "divulgação estratosférica" que os assassinatos de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes tiveram. Ele ainda diz que a situação "saiu do controle" e todos os envolvidos com o crime ficaram "preocupadíssimos".

Planejamento
O ex-PM fez a declaração ao falar sobre um encontro que teria ocorrido com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão — que ele aponta como mandante do crime — após o assassinato.

Segundo Lessa, os dois o teriam tranquilizado dizendo que o então chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, "estava vendo" e estaria "virando o canhão" da investigação para o outro lado.

Os irmãos Brazão negam qualquer envolvimento com as mortes de Marielle e Anderson e afirmam que não possuem qualquer relação com Lessa. Em nota, a defesa de Chiquinho já afirmou que "jamais existiu relação de proximidade entre o deputado e Ronnie Lessa".

Já a defesa de Domingos já ressaltou que não existem elementos que "sustentem a presença de Domingos Brazão em qualquer um" dos encontros narrados por Lessa.