Coreia do Norte

Coreia do Norte volta a enviar balões cheios de lixo à Coreia do Sul

Tensão aumenta na península coreana após Pyongyang responder a panfletos com "presentes sinceros" e Seul suspender acordo militar de 2018.

Lixo e fezes caem de balões norte-coreanos sobre as ruas em rua em Seul - Ministério da Defesa da Coreia do Sul/AFP

A Coreia do Norte voltou a lançar balões cheios de lixo à Coreia do Sul neste sábado (8), anunciaram os militares sul-coreanos.

“A Coreia do Norte lança mais uma vez (supostos) balões transportando resíduos para o Sul”, disseram os chefes do Estado-Maior conjunto da Coreia do Sul em um comunicado.

O documento desaconselha tocar nos balões e pede para que sua presença seja comunicada às autoridades. O Exército sul-coreano tinha avisado pouco antes sobre a iminência deste lançamento, embora considerasse que poderia ocorrer no domingo.

Na semana passada, a Coreia do Norte enviou duas vezes centenas de balões cheios de lixo, pontas de cigarro e o que parecia ser fezes ao seu vizinho do sul como “presentes sinceros”, em resposta a panfletos lançados por ativistas sul-coreanos com propaganda contrária ao líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Pyongyang anunciou no domingo que cessaria os envios, mas dias depois um grupo sul-coreano afirmou ter lançado dez balões com música K-pop e 200 mil panfletos contra o líder do isolado país comunista.

A Coreia do Norte alertou que responderia com uma quantidade cem vezes maior de “resíduos de papel e lixo”, se mais panfletos sul-coreanos fossem enviados novamente. Em resposta aos balões, Seul suspendeu completamente na terça-feira um acordo militar assinado com Pyongyang em 2018 que visava reduzir as tensões.

As autoridades da Coreia do Sul condenaram o lançamento de balões norte-coreanos, descrevendo a ação como “irracional” e de “baixa classe” e ameaçaram medidas retaliatórias que, afirmaram, poderiam ser “insuportáveis” para seu vizinho.

Desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953) com um armistício, os dois países permanecem tecnicamente em guerra e estão separados por uma zona desmilitarizada.