Ultradireita avança na Bélgica, mas sem destronar os conservadores
A Bélgica é um país de 11,7 milhões de habitantes dividido entre a zona de língua holandesa de Flandres, no norte do país, e a Valônia, no sul
O maior partido de extrema direita da Bélgica obteve resultados piores do que o esperado neste domingo (9), nas eleições nacionais e regionais que coincidiram com as eleições europeias, segundo as pesquisas de boca de urna.
A Bélgica é um país de 11,7 milhões de habitantes dividido entre a zona de língua holandesa de Flandres, no norte do país, e a Valônia, no sul, onde a população fala francês.
De acordo com as pesquisas de boca de urna, o partido de extrema direita Vlaams Belang conquistou cerca de 22% dos votos em Flandres. Porém, os conservadores do N-VA teriam obtido 25% dos votos.
Na Valônia e em Bruxelas, a capital, as primeiras pesquisas apontam para uma perda de votos para os ambientalistas.
A Bélgica demorou 493 dias para formar um governo de coalizão após as eleições de 2019.
Com o aumento do apoio à extrema direita em Flandres e o avanço da esquerda na Valônia, há receios de que esta situação se repita ou que o recorde estabelecido entre 2010 e 2011, quando os políticos demoraram 541 dias para formar um governo, possa até ser superado.
O chefe do Executivo, Alexander De Croo, da formação liberal Open VLD, que lidera um pacto de sete partidos, tem poucas chances de permanecer no poder.
De Croo deixou a porta aberta para uma possível aliança com o N-VA, mas esta parceria é um dilema, uma vez que parece difícil obter o apoio dos partidos francófonos de esquerda.
Em qualquer caso, o líder do N-VA, Bart De Wever, que surge como o próximo primeiro-ministro, reiterou que não fará um acordo com ultradireitistas do Vlaams Belang.