rio grande do sul

Cerca de 8% dos empregos formais no RS estão próximos a áreas inundadas

Análise considera estabelecimentos que estão a 500 metros das áreas alagadas; fatia sobe para 22% considerando a distância de 1 quilômetro

Rio Grande do Sul - Carlos Fabal/AFP

As empresas localizadas próximas às áreas inundadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul representam 8% do emprego formal do estado, segundo um estudo divulgado pelo Banco Central.

A análise realizada por Rodrigo de Sá, técnico do departamento econômico do BC, considera os estabelecimentos que se encontram a menos de 500 metros da área inundada em algum momento entre os dias 1º e 16 de maio.

Esse percentual foi ligeiramente menor na indústria de transformação (6%) e no comércio (7%) e maior nos serviços às famílias (11%). “Dado o caráter aproximado da distância, pode-se entender essas empresas como possivelmente inundadas”, diz o estudo.
 

A motivação do estudo é apresentar fontes de dados alternativas para ajudar a compreender a dimensão dos impactos econômicos da tragédia no estado. Segundo os dados mais atualizados, já são 173 mortes confirmadas pelas enchentes e há mais de 420 mil pessoas desalojadas.

Sá cruzou dados automáticos de satélite processados pela Nasa para identificar as áreas alagadas com o CEP dos estabelecimentos com empregados formais em dezembro de 2022, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

O servidor do BC também analisou a parcela no emprego dos estabelecimentos distantes até 1 quilômetro das inundações. Nesta métrica, as empresas representavam 22% dos empregos, sendo que a indústria de transformação é o setor menos afetado (14%), seguido pelo comércio (19%) e pelos serviços às famílias (23%).

A análise também destaca a diferença dos efeitos diretos das enchentes entre as localidades gaúchas, com efeitos maiores sobre as regiões entre Lageado e Porto Alegre. Na região de Porto Alegre, as empresas em até 1 quilômetro das inundações representavam 40% dos empregos formais.

A região de Pelotas também apresentou parcela significativa dos empregos próximos às inundações, aproximadamente 35%, mas com a altura da água mais baixa.