racismo

Cantor do Four Tops processa hospital que exigiu avaliação psiquiátrica para provar sua identidade

Alexander Morris faz parte da icônica banda Four Tops desde 2019

A formação atual do Four Tops, com Lawrence Payton Jr., Alexander Morris, Ronnie McNeir e Abdul 'Duke' Fakir - Divulgação

Um cantor que se juntou ao Four Tops, em 2018, entrou com um processo contra um hospital de Michigan, acusando a equipe de colocá-lo sob contenção e forçar uma avaliação psicológica por não acreditarem que ele fizesse parte da banda.

O cantor Alexander Morris, que é negro, entrou com uma ação acusando o Hospital Ascension Macomb-Oakland de discriminação racial e dois funcionários de negligência pelo incidente ocorrido em abril de 2023. Na época, ele foi levado ao hospital de ambulância com dores no peito e dificuldade para respirar.

Quando Morris, de 53 anos, disse à equipe do hospital que era membro do Four Tops, a equipe “presumiu erroneamente que ele estava mentalmente doente” e um segurança foi instruído a colocá-lo sob contenção, alega o processo. O grupo vocal ajudou a definir o som da Motown na década de 1960 com sucessos como “I Can't Help Myself (Sugar Pie, Honey Bunch)” e “Reach out I'll be there”.

Morris alega que se ofereceu para mostrar sua carteira de identidade, mas o segurança, branco, disse- para ele “sentar seu traseiro negro”. “Nenhum membro da equipe de enfermagem interveio para impedir a discriminação racial e os maus-tratos”, diz o processo, que acusava a equipe de tirar Morris, que tinha histórico de problemas cardíacos, de oxigênio enquanto realizavam uma avaliação psiquiátrica.

O sistema de saúde sem fins lucrativos que supervisiona o hospital, Ascension, divulgou um comunicado no qual se recusou a comentar o litígio pendente, mas disse: “Não toleramos qualquer tipo de discriminação racial”.

O Four Tops passou por várias trocas de cantores desde seu apogeu. O único membro original sobrevivente, Abdul Fakir, convidou Morris para se juntar ao grupo em 2018 e ele tem se apresentado com eles desde 2019. Na época da visita ao hospital, no ano passado, o grupo estava em turnê com outra joia da Motown, os Temptations, e havia se apresentado em um evento de caridade do Grammy em homenagem a Berry Gordy, o fundador da Motown.

Procurando convencer o hospital de que não estava “delirando”, diz Morris no processo, ele mostrou a uma enfermeira um vídeo dele se apresentando no evento do Grammy. Em seguida, a equipe cancelou a avaliação psiquiátrica, removeu a contenção – que, segundo o processo, já durava cerca de 90 minutos – e o colocou novamente no oxigênio.

Na ação, ele diz que após o caso recebeu um vale-presente de US$ 25 para um supermercado, que ele recusou. “O hospital negou a minha identidade e a minha dignidade humana básica e depois me ofereceu um vale-presente”, disse Morris num comunicado fornecido pelos seus advogados.