Polícia prende cinco suspeitos pela morte de torcedor do Santa Cruz; caso ocorreu em fevereiro
Dois suspeitos seguem foragidos
A Polícia Civil confirmou, na manhã desta quarta (12), a prisão de cinco suspeitos pela morte de Rafael Tavares, torcedor do Santa Cruz vítima de um ataque de torcedores uniformizados do Sport, em fevereiro deste ano.
A autuação faz parte da Operação Emboscada, vinculada ao Comando de Operações e Recursos Especiais (Core), sob a presidência dos Delegados Raul Carvalho e Paulo Moraes, Titular e Adjunto da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva (Dprie), respectivamente.
Na operação, a Polícia emitiu sete Mandados de Prisão, dos quais conseguiu cumprir cinco. A corporação também cumpriu seis Mandados de Busca e Apreensão.
Os suspeitos serão indiciados pelos crimes de Homicídio Qualificado, Associação criminosa e por promover tumulto.
A maioria dos investigados tem passagem por crimes ligados à intolerância esportiva.
O caso aconteceu dois dias antes do ataque da, também, Torcida Uniformizada do Sport ao ônibus do Fortaleza, em partida válida pela Copa do Nordeste.
De acordo com o Delegado Raul, o fato comprova que esse tipo de violência está sendo premeditado.
"Isso está mostrando que não é uma situação orgânica, que, ao acaso, as pessoas se encontram e se confrontam. Realmente, a gente está vivendo um momento que essas pessoas têm se reunido, tem se organizado e tem buscado esse ataque, porque dois dias antes você comete lesões corporais, que a vítima vem a falecer, e dois dias após tem um ataque ao ônibus, então não é uma situação normal", apontou.
Raul também indicou quais serão os próximos passos da investigação.
"A gente está buscando individualizar as condutas das pessoas, colher mais elementos para a gente conseguir buscar indentificar o máximo de pessoas que participaram do homicídio de Rafael", garantiu.
Relembre o caso
Rafael Tavares da Silva, de 31 anos, foi morto após o jogo entre Santa Cruz x Afogados, no dia 19 de fevereiro deste ano.
Na ocasião, a vítima estava no ônibus da linha PE-15/Afogados, voltando da partida, quando ela e outros passageiros foram surpreendido por integrantes da Torcida Organizada do Sport.
Rafael não conseguiu correr com as demais pessoas e acabou sendo espancado por vários autores.
A vítima ainda chegou a ser socorrida e levada ao Hospital da Restauração, porém veio a falecer quatro dias após o crime.
Rafael tinha autismo e, de acordo com a polícia, não integrava nenhuma torcida organizada.
Ele costumava ir aos jogos do Tricolor e sempre voltava sozinho das partidas. O rapaz morava no bairro da Mustardinha, onde era bastante querido.