CONFLITO

Conheça submarino nuclear dos EUA enviado a Cuba após chegada de navios russos em Havana

Autoridades cubanas e de Washington afirmam que submarino não representa ameaça, embora analistas falem em tentativa de Moscou de demonstrar força em meio à guerra na Ucrânia

USS Helena chega à Baía de Guantánamo - U.S. Southern Command (SOUTHCOM)/Divulgação

Um submarino de propulsão nuclear dos Estados Unidos chegou a Cuba nesta quinta-feira para fazer frente aos quatro navios de guerra russos, incluindo um submarino também movido a energia nuclear, que atracaram em Havana para uma visita considerada incomum. O USS Helena, da classe Los Angeles, opera missões de ataque, reconhecimento, vigilância e apoio de forças especiais por longos períodos de tempo, já que não precisa reabastecer com frequência.

O USS Helena (SSN-725) foi nomeado em homenagem à cidade de Helena, no estado norte-americano de Montana, e foi lançado ao mar em 1986. A embarcação é equipada com tecnologia stealth para minimizar sua detecção por radar, sonar e outros meios de localização no fundo do mar.

Submarino nuclear: ponte de comando do USS Helena (Foto: US Naval History & Heritage Command/Divulgação)

O submarino nuclear tem capacidade de transportar uma variedade de armamentos, incluindo torpedos, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos, podendo atingir alvos terrestres e marítimos a longas distâncias. Embora o número exato possa variar ao longo do tempo devido a diferentes missões e configurações, os submarinos da classe Los Angeles geralmente têm uma tripulação de cerca de 130 a 140 marinheiros.

A embarcação nuclear de quase 110 metros de comprimento e pode viajar a quase 37 quilômetros por hora, de acordo com o Submarine Industrial Base Council. Em contraste, o Kazan é uma das armas mais novas da marinha russa, comissionada em 2021. A embarcação do Kremlin mede mais de 140 metros de comprimento e tem uma velocidade máxima semelhante à do submarino americano.

Submarino nuclear: USS Helena após reforma (Foto: Departamento de Defesa dos EUA/Divulgação)

Com mais de 30 anos de operação, o USS Helena está recém reformado. A Marinha americana gastou mais de um bilhão de dólares e mais de seis anos para devolver o submarino à frota.

Operações em Cuba
Tanto Havana quanto Washington afirmam que a iniciativa não representa uma ameaça, embora tenha sido amplamente interpretada por analistas como uma tentativa de Moscou de demonstrar força à medida que aumentam as tensões devido ao apoio militar do Ocidente à Ucrânia na guerra com a Rússia.

"O submarino de ataque rápido 'USS Helena' está na Baía de Guantánamo, Cuba, como parte de uma visita de rotina ao porto", disse o Comando Sul dos EUA em uma mensagem nas mídias sociais, referindo-se à base naval americana na ilha. "A localização e o trânsito da embarcação foram pré-planejados.

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O submarino russo de propulsão nuclear Kazan, que Cuba diz não estar transportando armas nucleares, chegou a Havana na quarta-feira, acompanhado da fragata Almirante Gorshkov, bem como por um navio petroleiro e um rebocador de salvamento, depois de realizarem exercícios no Atlântico.

"Isso é uma prática normal para todos os Estados, incluindo uma grande potência marítima como a Rússia. Então, não vemos razão para preocupação neste caso", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres quando questionado sobre o suposto nervosismo americano por receio de transferência de armas russas a Cuba ou até mesmo a instalação de uma base militar na ilha.

Esta não é a primeira vez que a Rússia envia seus navios de guerra ao Caribe. No entanto, a visita desta semana ocorre após Putin criticar a entrega de armas de longo alcance pelo Ocidente à Ucrânia, e argumentar que a Rússia poderia fornecer armas semelhantes a outros países para atacar alvos ocidentais em resposta.

A visita também é realizada um mês após o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, desejar sucesso a Moscou na guerra contra a Ucrânia. Na ocasião, Díaz-Canel condenou a “manipulação geopolítica” dos Estados Unidos e a “ameaça da Otan de se aproximar das fronteiras” russas.

As Forças Armadas dos EUA dizem que monitoram de perto a presença dos navios russos, mas que eles não representam uma ameaça direta.