cúpula do G7

Rishi Sunak tenta relativizar pesquisas que o mostram em terceiro lugar nas eleições britânicas

Com o primeiro-ministro em posição complicada, quem ultrapassou a pesquisa de intenções, pela primeira vez, foi o partido "Reform UK"

Primeiro-ministro conservador do Reino Unido, Rishi Sunak - Justin Tallis/POOL/AFP

O primeiro-ministro conservador britânico, Rishi Sunak, tentou relativizar nesta sexta-feira (14) as pesquisas mais recentes que mostram que ele está na terceira posição nas intenções de voto para as eleições de 4 de julho, atrás dos trabalhistas e da extrema direita.

"Estamos em campanha. Luto por cada voto", declarou Sunak à imprensa na Itália, onde participa na reunião de cúpula do G7, que reúne as sete democracias mais ricas do mundo.

Sunak, em posição complicada nas pesquisas desde o início da campanha, recebeu a notícia na quinta-feira de que o partido de extrema direita 'Reform UK', liderado pelo eurofóbico Nigel Farage, o ultrapassou em uma pesquisa de intenções de voto pela primeira vez.

Uma pesquisa do instituto YouGov publicada pelo jornal The Times, baseada em entrevistas com 2.211 pessoas, mostra o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, com 37% das intenções de voto, enquanto o Reform UK aparece em segundo, com 19%, e o Partido Conservador aparece com 18%.

"Cheque em branco aos trabalhistas" 
O líder conservador tentou expressar tranquilidade após a divulgação da pesquisa, que demonstra as dificuldades do Partido Conservador, que está no poder há 14 anos.

"A única votação que conta é a de 4 de julho", afirmou Sunak, antes de acrescentar que os votos no Reform UK equivaleriam a "dar um cheque em branco aos trabalhistas".

Por sua vez, diante dessa pesquisa promissora para seu partido, Farage, de 60 anos, se apresentou nesta sexta-feira como o "líder da oposição".

"Nós somos os verdadeiros rivais do Partido Trabalhista, agora somos a verdadeira oposição", declarou Farage, em um discurso em Londres.

Visivelmente emocionado, esse ardente defensor do Brexit pediu um debate com o líder trabalhista Keir Starmer, que vê na imigração um assunto crucial com vistas às próximas eleições;

Para o ex-deputado, que não conseguiu ser eleito sete vezes para o Parlamento britânico, os males do país, como a crise de moradia ou as dificuldades de acesso aos serviços de saúde, decorrem das políticas de imigração "iniciadas pelos trabalhistas e continuadas por este governo conservador".

Apesar da euforia de Farage, outras cinco pesquisas publicadas nas últimas 24 horas colocam o Reform UK atrás dos conservadores.

No início da semana, as pesquisas colocavam o Partido Trabalhista como claro vencedor, com 45% das intenções de voto, seguido dos conservadores com 20% e do Reform UK com 15%.

"Mudança sísmica" 
Mas a pesquisa de quinta-feira colocou em dúvida a posição de segundo lugar dos conservadores.

O YouGov observou, com base nas margens de erro das pesquisas, que levará algum tempo para confirmar se o Reform UK pode "manter ou melhorar sua posição em relação aos conservadores".

No entanto, o instituto acrescentou que o fato de o partido de Farage estar lutando "cabeça a cabeça" com o partido do governo representa "uma mudança sísmica no cenário eleitoral".

Rishi Sunak assumiu o cargo em outubro de 2022, em meio a uma crise para o governo conservador, que teve quatro primeiros-ministros desde a saída de David Cameron em julho de 2016.

Ao revelar seu programa na terça-feira, Sunak prometeu diminuir os impostos e reduzir a imigração.

Starmer, 61 anos, por sua vez, priorizou o crescimento econômico do Reino Unido quando apresentou seu programa na quinta-feira.