RIO DE JANEIRO

Caso Marielle: STF decide nesta semana se torna réus irmãos Brazão e delegado

PGR apresentou denúncia no mês passado contra irmãos Brazão e delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro

Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes - Reprodução

A denúncia do caso do assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes será julgado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso e presidente da Primeira Turma, liberou o processo para a análise e marcou o julgamento.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu, em maio, denúncia contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão; seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ); o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado; e o policial militar Ronald Alves de Paula, ex-chefe de uma milícia, pelos homicídios.

 

Domingos, Chiquinho e Robson Calixto da Fonseca, conhecido como Peixe, assessor do conselheiro, também foram denunciados pela PGR por organização criminosa.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, o ex-policial militar Ronnie Lessa relatou que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho, então vereador do Rio, demonstrou "descontrolada reação" à atuação de Marielle para "apertada votação do projeto de Lei à Câmara número 174/2016". Com o projeto, ele e o irmão buscariam a regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, visando obter o título de propriedade para especulação imobiliária.

Segundo a delação de Lessa, o delegado Rivaldo Barbosa foi uma peça-chave para que os homicídios fossem consumados a mando dos Brazão. Ao delegado, caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos para evitar que a investigação chegasse aos responsáveis pelo crime. Barbosa e os irmãos negam as acusações feitas pelo delator. O ex-PM está preso desde 2019 sob a acusação de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson.

Lessa está preso desde 2019 sob a acusação de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, em março de 2018, na Região Central do Rio.