Equador

Sobe para sete o número de mortos pelas intensas chuvas no Equador

As intensas chuvas do fim de semana nas regiões amazônica e andina do Equador causaram estragos em dez das 24 províncias

O órgão acrescentou que dez pessoas estão desaparecidas na área de Baños - AFP

O número de mortos devido às fortes chuvas do fim de semana no Equador subiu para sete nesta segunda-feira (17), quando a empresa responsável por um dos dois oleodutos do país suspendeu o transporte de petróleo como medida preventiva, informaram as autoridades.

Além dos seis mortos no domingo devido a um deslizamento de terra na cidade turística de Baños, na província de Tungurahua (região central dos Andes), houve a morte de outra pessoa que também foi surpreendida por um deslizamento de terra enquanto pastoreava gado na vizinha Cotopaxi, de acordo com a Secretaria de Gestão de Riscos.

O órgão acrescentou que dez pessoas estão desaparecidas na área de Baños e que outras 30 pessoas que viajavam em um ônibus, do qual não havia notícias até agora, foram encontradas e estão “em segurança”.

“Várias pessoas estão desaparecidas. Estamos falando que praticamente o deslizamento levou um bairro inteiro”, disse o prefeito de Baños, Marlon Guevara, ao canal Ecuavisa.

O funcionário, por meio das redes sociais, observou que “esta é uma chuva que não tínhamos há 20 anos” e que “não conseguimos resgatar todas as vítimas e feridos que temos presos na área (vizinha) de Río Verde”.

Oleoduto paralisado
O número de feridos em Baños aumentou de seis para cerca de vinte, sendo quatro deles em estado “crítico”, informou anteriormente a Gestão de Riscos.

As intensas chuvas do fim de semana nas regiões amazônica e andina do Equador causaram estragos em dez das 24 províncias do país, onde foram registrados vários deslizamentos de terra e inundações.

Devido ao mau tempo, que acelerou de “maneira significativa” a erosão de um rio na província amazônica de Napo (leste), pelo qual passa o Oleoduto de Crudos Pesados (OCP) privado, a empresa suspendeu o transporte de cerca de 200.000 barris por dia de petróleo dos campos na região de selva até um porto no Pacífico.

“O OCP Ecuador procedeu com a suspensão da operação e o fechamento das válvulas de forma preventiva”, informou a empresa em um comunicado. A medida foi tomada devido a uma “possível afetação à infraestrutura do oleoduto”.

O OCP, com capacidade total para 450.000 b/d, é um dos dois dutos equatorianos.

O volume do Sistema Estatal de Oleoduto Transequatoriano (SOTE) é de 360.000 b/d. A estatal Petroecuador não relatou nenhuma alteração em suas operações de produção, transporte e exportação.

O petróleo é o principal produto de exportação do Equador. Em 2023, foram extraídos 475.000 b/d, dos quais 66% foram exportados.

Aulas suspensas
Devido aos efeitos das chuvas, a localidade de Penipe, na província andina de Chimborazo (sul), foi declarada em estado de emergência devido ao rápido aumento do nível do rio Chambo.

O ministro de Obras Públicas, Roberto Luque, havia anunciado cortes de energia devido aos sedimentos acumulados nos reservatórios de usinas hidrelétricas, mas a medida foi suspensa após uma nova avaliação.

Nesta segunda-feira, a limpeza das vias afetadas continuava em Baños, onde as aulas nas escolas foram suspensas, assim como em Penipe.

Devido às chuvas intensas, nove pessoas morreram entre 29 de janeiro e 12 de junho em todo o Equador, enquanto quase 200.000 pessoas foram afetadas.