SÃO PAULO

Massacre do Carandiru: STF marca julgamento de indulto a policiais

STF suspendeu efeitos da medida tomada por Bolsonaro

Massacre do Carandiru: crime ocorrido em 1992 levou a manifestações de lá para cá, para lembrar o ocorrido - Rovena Rosa/ Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para quarta-feira (19) o julgamento definitivo sobre o indulto concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para anistiar policiais condenados pelo Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, em São Paulo.

Os efeitos do indulto foram suspensos em janeiro de 2023 pela então presidente do Supremo, ministra Rosa Weber.

Na ocasião, Rosa atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender o indulto aos envolvidos no Massacre do Carandiru. Para a procuradoria, o ato de Bolsonaro é inconstitucional por afrontar a dignidade humana e conceder anistia a envolvidos em crime de lesa-humanidade.

O decreto anistiou agentes de segurança pública que foram condenados por atos ocorridos há mais de 30 anos, caso o crime não fosse considerado hediondo na época em que foi praticado. Para a PGR, o trecho foi editado especificamente para beneficiar os policiais envolvidos no Carandiru.

O massacre ocorreu em outubro de 1992, quando a repressão policial a uma rebelião prisional resultou na morte 111 detentos na Casa de Detenção de São Paulo, um complexo penitenciário que foi construído nos anos 1920, no bairro do Carandiru, na zona norte de São Paulo e que reunia sete pavilhões.

O episódio gerou a condenação de 73 policiais. As penas variam de 48 a 624 anos de prisão.