Obras de Monet e Van Gogh são retiradas de museu por suspeita de terem sido roubadas por nazistas
Kunsthaus Zürich, na Suíça, também retirou de exposição quadros de Toulouse-Lautrec, Gauguin e Courbet
Um dos principais museus de arte da Suíça afirma que cinco pinturas serão removidas de uma das suas exposições, enquanto são feitas investigações sobre a origem das obras.
Acredita-se que as pinturas possam ser frutos de saques realizados por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. A informação é da rede britânica BBC.
As obras estavam expostas no museu Kunsthaus Zürich e foram criadas por artistas consagrados, como Claude Monet e Vicent Van Gogh.
As pinturas fazem parte da Coleção Emil Bührle e estão com suas origens sob suspeita há algum tempo. A coleção leva o nome de um traficante de armas nascido na Alemanha que fez fortuna durante a Segunda Guerra Mundial fabricando e vendendo armas aos nazistas. As obras sob investigação são:
Jardim de Monet em Giverny, de Claude Monet
Retrato do escultor Louis-Joseph, de Gustave Courbet
Georges-Henri Manuel, de Henri de Toulouse-Lautrec
A Velha Torre, de Vincent van Gogh
A Estrada Ascendente, de Paul Gauguin
Segundo o conselho de fundação da Coleção Emil Bührle, o grupo está “empenhado em buscar uma solução justa e equitativa para estas obras com os herdeiros legais dos antigos proprietários, seguindo as melhores práticas”.
Uma outra obra da coleção, La Sultane, de Edouard Manet, também passou por investigação, mas após exame minucioso, os especialistas acreditam que novas medidas não se aplicam a ela. Além disso, a pintura deve ser analisada separada das demais.
Nova política para obras saqueadas
Um grupo com mais de 20 países, incluindo a Suíça, concordou no começo deste ano com a realização de novas práticas propostas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, sobre como lidar com obras de arte saqueadas por nazistas.
As novas práticas surgiram para celebrar o 25º aniversário dos Princípios da Conferência de Washington de 1998, responsáveis por estabelecerem um conjunto de regras destinadas a fazer a restituição de itens que foram roubados ou vendidos à força.
Os princípios são ferramentas importantes para pessoas que procuram recuperar obras saqueadas durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, na Suíça, não é possível apresentar reivindicações legais de restituição ou compensação para obras da coleção Bührle por conta de estatutos de prescrição.
Até sua morte em 1956, Bührle reuniu uma coleção com aproximadamente 600 obras de arte. Sua maioria está sendo administrada pela Fundação Bührle e está exposta na Kunsthaus, como parte de um empréstimo de 20 anos, enquanto o restante estaria nas casas dos parentes dele.