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Submarino Titan: corpos foram encontrados? Veja o que aconteceu com restos mortais da tripulação

Caso é investigado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, que conseguiu retirar destroços do submersível do mar

Bilionários que estavam no submarino que implodiu. Expedição ao Titanic - AFP

A implosão do submarino Titan, destruído pela pressão das águas do Oceano Atlântico em sua viagem ao naufrágio do Titanic, matou todos os cinco tripulantes da embarcação há um ano.

O caso é investigado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos que, ainda no final de junho de 2023, conseguiu retirar do mar partes do submarino. Na época, as autoridades americanas anunciaram que "supostos restos humanos" haviam sido encontrados entres os destroços.

A Guarda Costeira afirmou que o material seria analisado. Em dezembro, testes de DNA confirmaram se tratar dos restos dos cinco tripulantes. Na última sexta-feira, as autoridades americanas anunciaram que a investigação do Titan irá demorar mais do que previsto inicialmente. Não há detalhes em relação as condições em que estariam esses restos humanos.

O porta-voz da Guarda Costeira, durante coletiva de imprensa logo após a implosão do submarino, disse que não existia um plano para resgatar os corpos. Segundo especialistas, a força da pressão sobre o submarino foi tão forte que provocou uma morte instantânea.

— Seria muito difícil encontrar restos mortais. Os destroços do submarino tem uma densidade maior, podem permanecer por um tempo no local, mas com a correnteza os restos humanos já devem ter sido levados para longe — disse ao Globo oceanógrafo David Zee, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na época do acidente.

O que acontece com o corpo em uma implosão?

O ex-diretor de medicina submarina e saúde de radiação da Marinha dos Estados Unidos, Dale Molé, explica que as mortes provavelmente foram instantâneas e indolores após a estrutura do submarino não ter conseguido suportar a pressão externa, que é extremamente alta na profundidade em que ele estava, cerca de 400 vezes superior à do nível do mar.

— Teria sido tão de repente, que eles nem saberiam que havia um problema ou o que aconteceu com eles. É como estar aqui um minuto, e então o interruptor é desligado. Você está vivo em um milissegundo e no próximo milissegundo você está morto — disse o especialista ao jornal britânico DailyMail.

Ainda não ficou claro em que momento exatamente desde que o submersível desapareceu – e se os tripulantes de fato morreram apenas no momento, ou antes. A única certeza é que é impossível um indivíduo ter sobrevivido à experiência. “Eles teriam sido feitos em pedaços”, disse o especialista.

— O casco de pressão é a câmara onde residem os ocupantes. Parece que eles chegaram ao fundo quando o vaso de pressão implodiu e, geralmente, quando cede, cede de uma só vez. Parece que foi o cilindro de fibra de carbono que cedeu e resultou na implosão — avaliou Molé.

É o que explica também Nicolai Roterman, um ecologista de águas profundas da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido. Ele conta que bastaria uma única quebra na estrutura do submersível naquela profundidade para a embarcação ceder imediatamente, e os tripulantes morrerem.

— Se houvesse qualquer tipo de quebra no casco, os ocupantes sucumbiriam ao oceano em um instante — disse ao DailyMail.