Juros

Juros: no ranking dos maiores juros reais do mundo, Brasil só é superado pela Rússia

Entre quarenta países, Brasil ficou em segundo lugar com taxa de 6,79%

Taxa de juros - Freepik

Com a manutenção da Selic em 10,5%, o Brasil se consolida na segunda posição do ranking de países com as maiores juros reais do mundo.

O país, com juros reais de 6,79% ao ano, fica apenas atrás da Rússia, primeira colocada, com taxa de 8,91%, segundo o site MoneYou.

O México aparece em terceiro lugar com juros reais de 6,52%. O Brasil está na vice-liderança desse ranking desde setembro do ano passado.

O economista Jason Vieira, responsável pelo ranking, afirma que o cenário para corte de juros no Brasil continua comprometido pela questão fiscal, com nenhuma sinalização do governo para corte de gastos.

Ele cita eventos climáticos, como a enchente no Rio Grande do Sul, como fatores inflacionários, especialmente em alimentos, o que dificulta ainda mais uma redução da Selic.

— E há a pressão do câmbio na inflação. A posição cautelosa do banco central americano (o Federal Reserve) em relação aos juros nos EUA também é uma sinalização ao Copom. Ficou mais remota a chance de uma queda de juros por lá este ano — afirma Vieira.

México em terceiro lugar

O México aparecia na primeira colocação no ranking de maio e a Rússia estava em terceiro. No ranking atual, os dois países inverteram suas posições. Outro país latino-americano, a Colômbia, aparece na décima colocação com juros reais de 2,66%.

Vieira lembra que o movimento de aperto monetário (com altas de juros) perdeu força no exterior. A maioria dos países têm mantido as taxas nos atuais patamares.

Ele lembra que começa a ser visto um movimento de redução de juros. No ranking, entre os 40 países, 52,50% mantiveram e 47,50% cortaram seus juros. Nenhum elevou a taxa recentemente.

Para calcular a taxa de juros real, o economista leva em conta a inflação projetada para os próximos 12 meses, de acordo com o relatório Focus, do Banco Central, de 3,96%. Também considera a taxa de juros DI dos próximos 12 meses no vencimento mais líquido (junho de 25).