Recife

Recife contrata empresa para fazer estudos de combate ao avanço do mar

Ao todo, serão investidos R$ 3,3 milhões na estruturação do projeto, com um prazo de oito meses para ser executado

Orla da praia do Pina será um dos locais estudados - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Com o objetivo de combater o avanço do mar, a Prefeitura do Recife contratou uma empresa para estudar o litoral recifense e fazer a requalificação da faixa de areia da praia.

Ao todo, serão investidos R$ 3,3 milhões na estruturação do projeto, que possui um prazo de oito meses para ser executado. O objetivo é estudar uma faixa de 9,3 km da orla dos bairros de Brasília Teimosa, Pina e Boa Viagem.

Vale lembrar que o Recife é a 16ª cidade mais afetada do mundo pelo avanço do mar e pelas mudanças climáticas. Um exemplo disso é o constante registro de alagamentos registrados na capital, principalmente nas zonas Sul, Oeste e Centro da capital em dias de chuva.

Além disso, em alguns períodos do ano, a chuva não é a única inimiga. Existem registros de avanço do mar por conta da maré alta, que afeta o sistema de escoamento da cidade. Isso faz com que a população passe por muitos problemas para se locomover no Recife. É justamente isso que o estudo atual visa combater.

Área de alagamento na Ilha do leite, na altura da praça Miguel de Cervantes, devido à maré alta. - Foto: Cortesia

Como vão ser os estudos
A área a ser estudada pelos especialistas abrange toda a faixa da orla do Recife, a partir das proximidades com a Rua Dr. Arlindo dos Santos Maciel até o final da Brasília Teimosa, compreendendo uma extensão de aproximadamente 9,3 km. A ação integra o projeto Orla Parque, da Prefeitura do Recife. 

Além de identificar medidas para proteger a infraestrutura já existente, o estudo também vai analisar soluções para restituir a largura natural das praias do Recife. O objetivo é promover o uso sustentável para o lazer e o turismo do espaço.

Praia de Boa Viagem. - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

De acordo com a presidente da Emlurb, Gabriela Buarque, a intensa urbanização na faixa litorânea da cidade e as falhas na formação geológica natural dos recifes foram fatores decisivos que contribuíram para o desequilíbrio no balanço sedimentar e recuo progressivo da linha de costa. 

"Essas estruturas que estão localizadas próximas às praias de Brasília Teimosa, Pina e Boa Viagem enfrentam riscos de danos, exigindo ações emergenciais para sua reestabilização. A diminuição da faixa de areia compromete o uso adequado dessas áreas para atividades recreativas, como banhos de sol, esportes aquáticos e passeios à beira-mar", começou Gabriela Buarque. 

“Em áreas costeiras densamente ocupadas e com estreitas faixas de praia frente à erosão do mar, como observamos na orla de nossa cidade, é importante a gente assegurar a resiliência do litoral através da requalificação da faixa de praia. As intervenções que os estudos vão apontar terão o objetivo de promover melhorias significativas para essa área, reconstituindo e adaptando-se aos impactos gerados pelas mudanças climáticas e avanço do mar. Assim, a requalificação da praia traz inúmeros benefícios para a defesa do litoral”, completou.

Futuro alarmante com elevação do mar
O aumento do nível do mar é uma consequência direta da elevação da temperatura que causa, entre outras mudanças, o derretimento das geleiras nos polos.

Com o objetivo de demonstrar essa perspectiva alarmante, a organização Climate Central produziu, ainda em 2021, uma série de simulações que mostram como ficariam diversos pontos do mundo, inclusive do Recife, caso o nível do mar se eleve.

Na simulação, foram exibidos como ficariam trechos do bairro de Casa Amarela e da região em torno do Estádio dos Aflitos, na Zona Norte do Recife, em 2050, em patamares de aumento de até 4ºC.

Nas imagens, que podem ser conferidas abaixo, é possível ver como as áreas estão atualmente, e como elas ficariam caso a temperatura média do planeta aumentasse por conta da emissão desenfreada de carbono continue.