problema renal

Chrystian: entenda o que é o rim policístico, doença que o cantor enfrentava

Cantor Sertanejo, Chrystian, morreu nesta quarta-feira (19) após ser internado no Hospital Samaritano, em São Paulo

Sertanejo Chrystian, ex-dupla de Ralf, morre - reprodução/redes sociais

O sertanejo Chrystian, ex-dupla de Ralf, morreu na noite desta quarta-feira, aos 67 anos, depois de ter sido internado no Hospital Samaritano, em São Paulo. O óbito foi confirmado em nota publicada pela família.

A causa não foi divulgada, mas em fevereiro o artista já havia sido hospitalizado para tratar uma condição genética chamada de rim policístico.

Na época, a internação foi no Hospital do Rim, também em São Paulo. Chrystian chegou a se preparar para um transplante renal, mas o procedimento havia sido adiado para o final deste ano.

O que é o rim policístico?
Segundo informações da Rede D’Or, o rim policístico é um condição em que o órgão começa a sofrer com cistos – formações anormais como bolsas que geralmente têm líquido dentro – em seu interior.

Os cistos causam inchaços e dilatações no rim. A sua ocorrência pode ser comum, sem causar grandes transtornos ao paciente, ou mesmo ser percebida.

No entanto, quando são muitos cistos, o que pode comprometer o funcionamento do órgão, a pessoa é diagnosticada com o rim policístico, também conhecido como síndrome renal policística ou doença renal policística.

Nesses casos, o paciente pode desenvolver problemas como insuficiência renal crônica, infecções urinárias frequentes, hipertensão, e, com o tempo, um quadro de falência renal que demande sessões de hemodiálise – filtração artificial do sangue quando o órgão não funciona adequadamente – ou um transplante de rim.

O que causa o rim policístico?
Geralmente, os casos de rim policístico são associados a alterações genéticas que levam o órgão a formar os cistos. Segundo o Centro Brasiliense de Nefrologia e Diálise, por exemplo, quando um dos pais tem a doença, a chance de o filho carregar os genes defeituosos é de 50%.

Ainda de acordo com o centro, 85% dos pacientes com rins policísticos têm uma mutação no gene chamado PKD1, que é ligado a uma forma da doença mais agressiva, com maior e mais rápido crescimento dos cistos, que começa a comprometer o órgão já aos 55 anos.

Já 15% carregam a mutação PKD2, mais branda e de progressão mais lenta, que pode levar a impactos mais significativos apenas após os 70.

Porém, as alterações genéticas não são definitivas para desenvolver a doença, ou seja, embora os casos sejam ligados a elas, não é todo mundo que tenha a mutação que vai receber um diagnóstico de rim policístico.

Além disso, segundo a Rede D’Or, apesar de parte dos genes ser transmitida de pais para filhos, há a possibilidade de a mutação ocorrer de forma aleatória em pacientes sem histórico familiar.

Quais os sintomas do rim policístico?
Entre os sintomas de rim policístico, estão:

   

Geralmente, o paciente também desenvolve outras condições renais relacionadas, como pedras nos rins e na bexiga.

Qual o tratamento do rim policístico?
Hoje, não existe cura para o rim policístico. Existem medicamentos que buscam impedir a evolução dos cistos no rim, e grande parte do tratamento é voltada para os sintomas. Segundo a clínica Nefrostar, a conduta varia e vai ser escolhida pelo médico a depender da gravidade do caso e da sua manifestação clínica.

As recomendações também costumam envolver um estilo de vida saudável, como por uma dieta equilibrada, pelo não consumo de álcool e tabagismo, pela prática de exercícios físicos e pelo controle da pressão arterial. Isso porque não seguir esses hábitos têm um impacto direto na função renal, o que agrava as condições do órgão que já está acometido com os cistos.

Em casos mais graves, quando o rim policístico evolui para uma insuficiência renal, tratamentos mais avançados passam a ser considerados, como o transplante renal, que foi orientado para Chrystian, e a hemodiálise.

Uma das questões, porém, é que, como a doença em seu início não manifesta muitos sintomas, o rim policístico costuma ser percebido já em estágios mais avançados, quando o órgão já está comprometido em algum grau. Por isso, muitos pacientes já são encaminhados diretamente para a diálise.

O diagnóstico é realizado por meio de exames solicitados após avaliação clínica do médico, como de urina, tomografia computadorizada, ultrassom e ressonância.