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Detalhes da privatização da Sabesp são definidos por órgão desestatizante de SP

Será determinada a quantidade de ações a ser oferecida ao mercado e o preço mínimo dos papéis

Estação de Tratamento de Água (ETA) Alto da Boa Vista, da Sabesp: detalhes da venda de ações são definidos - Divulgação/Sabesp

Os detalhes do modelo de privatização da Sabesp, como preço mínimo da oferta e volume mínimo da oferta de ações para o chamado bookbuilding (processo em que os investidores sinalizam a quantidade de papéis que querem comprar e a qual preço) serão decidos pelo Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED) do Governo do Estado de São Paulo nesta quinta-feira.

Trata-se da etapa final antes do processo de oferta de ações, segundo o cronograma do governo. A expectativa do mercado é que o prospecto com as informações sobre a privaytização seja lançado amanhã, conforme adiantou o jornal Valor Econômico. A oferta de ações deve acontecer no terceiro trimestre deste ano.
 

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) lembrou que na última segunda-feira terminou o período de Prévia da Oferta, onde os interessados a participar da etapa de acionista de referência fizeram uma pré inscrição.

A próxima etapa (que é a divulgação das condiões da oferta através de fato Relevante) será publicada nos próximos dias, quando será disponibilizado o prospecto e abertura da etapa da tranche do acionista de referência.

O CDPED já definiu outras regras do processo e algumas podem ter sido decisivas para que alguns interessados na privatziação desistisse, segundo especialistas.

Entre elas, está a cláusula de 'non compete', que proíbe as empresas que entrarem na disputa pelo posto de acionista principal da Sabesp de participarem de leilões em novas concessões em São Paulo — e tenha limitações no caso de outros estados.

A ideia é que o investidor dê prioridade à Sabesp. também foi instituído a chamada 'poison pill', mecanismo usado para impedir que um sócio adquira a maior parte das ações de uma empresa.

No mercado, a aposta é que a disputa para ser o acionista de referência ficará entre Aegea, (que tem como acionistas Equipav, Fundo Soberano de Cingapura, e Itaúsa), e a Equatorial, que tem a concessão para operação de água no Amapá.

Por fora, corre o empresário Nelson Tanure, que junto com um fundo de investimento venceu a concessão da Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae), primeira estatal do governo de São Paulo privatizada em abril passado. mas como o processo deve envover recursos elevados, ainda há dúvida se Tanure terá bala na agulha para participar.

O modelo de privatização definido pelo governo de São Paulo, prevê que a oferta de ações da Sabesp terá um investidor estratégico, com o acionista de referência ficando com ao menos 15% das ações. O governo do estado de São Paulo pretende reduzir sua participação na empresa para cerca de 20%, dos atuais 50,3%.