Pesquisadores identificam 5 diferentes tipos de sono; mudanças de padrão podem indicar doenças
O estudo analisou o adormecimento de cerca de 33 mil pessoas; através dos resultados foi possível identificar problemas de saúde, segundo os pesquisadores
Os padrões relativos à qualidade do tempo em que se adormece podem ser um indicador de condições crônicas, como a apneia do sono e a diabetes. Desta forma, pesquisadores empenhados em entendê-los com maior riqueza de detalhes encontraram cinco diferentes tipos de sono, descritos em um estudo publicado nesta quinta-feira (20), na revista npj Digital Medicine.
A equipe analisou dados de 5 milhões de noites de sono em cerca de 33 mil pessoas recolhidos através do Oura Ring – um anel inteligente que rastreia o sono, a temperatura da pele e outras informações. Com base nisso, cinco tipos principais de sono foram encontrados, chamados de fenótipos do sono, e que podem ser divididos em 13 subtipos.
Os cinco tipos de sono
Fenótipo 1: O sono com ciclo “normal”. Neste fenótipo, as pessoas dormem cerca de oito horas ininterruptas durante pelo menos seis dias seguidos. Este é o tipo de sono recomendado e foi o tipo de sono mais comum encontrado pelos pesquisadores.
Fenótipo 2: As pessoas dormem continuamente cerca de metade das noites, mas dormem apenas por curtos períodos de tempo em períodos de menos de três horas na outra metade.
Fenótipo 3: As pessoas dormem principalmente de forma contínua, mas têm sono interrompido cerca de uma noite por semana. A noite interrompida é caracterizada por um período de sono relativamente longo de cerca de cinco horas e um período de sono curto de menos de três horas.
Fenótipo 4: As pessoas voltam a dormir continuamente. Mas eles vivem raras noites nas quais longos períodos de sono são separados por um despertar no meio do sono.
Fenótipo 5: As pessoas dormem apenas por períodos muito curtos todas as noites. Este fenótipo foi o mais raro encontrado pelos pesquisadores e representa um sono extremamente perturbado.
Outros achados da pesquisa
Além de diferenciar os padrões de como as pessoas dormem, os pesquisadores também sugerem que a forma e a frequência com que uma pessoa alterna entre os fenótipos do sono poderia apresentar de duas a dez vezes mais informações relevantes para a detecção de doenças.
"Descobrimos que as pequenas diferenças na forma como ocorrem as perturbações do sono podem nos dizer muito. Mesmo que estes casos sejam raros, a sua frequência também é reveladora. Portanto, não é apenas se você dorme bem ou não - são os padrões de sono ao longo do tempo onde as principais informações estão escondidas", afirma Edward Wang, coautor e membro do corpo docente de engenharia elétrica e de computação da UC San Diego, nos EUA, em comunicado.
Ainda, segundo o estudo, os participantes não tendiam a permanecer nos padrões definidos pelo sono interrompido. Contudo, a frequência com que tiveram padrões específicos de perturbação da noite de descanso já apresenta sinais.