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Dólar amplia queda seguindo exterior, apesar de Treasuries, Focus e setor externo

No exterior, não há indicadores nesta segunda e as atenções estão em discursos de dirigentes do Fed e BCE

Dólar - Canva/Reprodução

O dólar opera em queda na manhã desta segunda-feira, 24, acompanhando a desvalorização da divisa americana no exterior em meio à alta do petróleo.

O movimento de realização de lucros no câmbio, iniciado na sexta-feira, 21, prossegue, apesar da valorização dos rendimentos dos Treasuries e da queda de mais de 3% do minério de ferro na China.

No exterior, não há indicadores nesta segunda e as atenções estão em discursos de dirigentes do Fed e BCE. O mercado local olha também o Boletim Focus e a nota do setor externo, divulgados mais cedo.

Após o Copom manter a Selic em 10,50% na semana passada e rever suas projeções para o IPCA, a expectativa do mercado para a inflação deste ano foi elevada pela sétima semana consecutiva no Relatório Focus divulgado nesta segunda.

A mediana das projeções dos analistas para IPCA de 2024 passou de 3,96% para 3,98%. Um mês antes, era de 3,86%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção subiu pela oitava semana seguida e passou de 3,80% para 3,85%, ante 3,75% de um mês atrás.

O mercado manteve ainda a projeção da Selic para 2024 para 10,50% ao ano, mesmo patamar da última semana. Há um mês, a expectativa era de 10,00%.

O câmbio para 2024 passou de R$ 5,13 para R$ 5,15 e, para 2025, de R$ 5,10 também para R$ 5,15, de R$ 5,05 de um mês atrás.

Em relação ao setor externo, o Brasil teve déficit de US$ 3,4 bilhões na conta corrente em maio, informou o Banco Central. Foi o maior rombo para o mês desde 2022, quando o saldo havia sido negativo em US$ 4,269 bilhões.

O déficit de maio foi um pouco maior do que a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava déficit de US$ 3,050 bilhões. As estimativas do mercado iam de um déficit de US$ 5,70 bilhões a um superávit de US$ 800 milhões.

A FGV informou que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) cresceu 1,9 ponto em junho, a 91,1 pontos, na série com ajuste sazonal.

Em maio, o indicador havia atingido 89,2 pontos. Com o resultado de hoje, a média móvel trimestral do índice subiu 91,2 pontos.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) arrefeceu de 0,57% para 0,45% entre a segunda e a terceira quadrissemana de junho. No acumulado em 12 meses, a variação passou de 3,99% para 3,87% no período.

O mercado também monitora a discussão das fontes de receita para cobrir a desoneração da folha de pagamentos e o déficit fiscal deste ano.

O líder do governo no Senado e relator do projeto de lei da desoneração, Jaques Wagner (PT-BA), disse na sexta-feira que pode incluir em seu parecer uma alternativa de compensação ao benefício fiscal apenas para este ano.

O dólar volta a se enfraquecer, após cair a R$ 5,4408 (-0,39%) na sexta-feira, interrompendo cinco sessões anteriores em alta. Na última quinta-feira, o dólar à vista atingiu R$ 5,46 no encerramento dos negócios - maior valor de fechamento desde 22 de julho de 2022 (a R$ 5,49).

Neste mês de junho, a divisa acumula ganhos de cerca de 3,20%% e, neste ano, ao redor de 11,70.

O Banco Central informou na manhã desta segunda que o fluxo cambial total no País está positivo em US$ 4,878 bilhões em junho até o dia 20.

A cifra é resultado de um fluxo comercial positivo de US$ 5,396 bilhões e de um fluxo financeiro negativo de US$ 518 milhões no período.

A semana traz uma agenda robusta, com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça, 25, o IPCA-15 de junho, na quarta-feira, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), na quinta-feira.

Lá fora, a expectativa maior está com a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de maio, a métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na sexta-feira.

Às 9h40, o dólar à vista caía 0,36%, a R$ 5,4217. Na mínima intradia, registrou R$ 5,4151 (-0,475) e, na máxima, R$ 5,4377 (-0,06%). O dólar para julho cedia 0,28%, a R$ 5,4235.