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Primeiro-ministro da Índia pede 'consenso' em abertura de novo Parlamento

Analistas esperam que o líder de 73 anos modere sua agenda nacionalista hindu

Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia - Money Sharma/AFP

O primeiro-ministro indiano Narendra Modi pediu "consenso" com a oposição nesta segunda-feira (24), na abertura do novo Parlamento eleito após uma derrota eleitoral que o obrigou a formar um governo de coalizão pela primeira vez em 10 anos.

A sessão, iniciada nesta segunda e que está programada até 3 de julho, deverá oferecer uma visão dos planos de Modi para seu terceiro mandato e possivelmente ver a nomeação de Rahul Gandhi como líder da oposição, um posto vago desde 2014.

Durante seus dois primeiros mandatos, o premiê conseguiu que seu partido, Bharatiya Janata Party (BJP), aprovasse leis no Parlamento com pouco debate graças a vitórias eleitorais contundentes.

Agora analistas esperam que o líder de 73 anos modere sua agenda nacionalista hindu para agradar seus parceiros de coalizão, com foco em infraestruturas, proteção social e reformas econômicas, temas menos controversos.

"Para liderar o país, o consenso é de extrema importância", declarou Modi em discurso ao Parlamento em Nova Délhi, instando a oposição a desempenhar um papel construtivo.

O BJP conquistou apenas 240 assentos nas eleições deste ano, 32 abaixo da maioria na Câmara Baixa, o seu pior resultado em dez anos. Portanto, o partido depende de uma aliança variada com pequenos partidos para governar.

Rahul Gandhi, de 54 anos, surpreendeu e conseguiu fazer com que o seu partido, Congresso Nacional Indiano, quase dobrasse o seu número de assentos, o seu melhor resultado em 10 anos.

Ele é descendente de uma dinastia que dominou a política indiana durante décadas, começando com Jawaharlal Nehru, líder da independência do país.

O regulamento do Parlamento estabelece que o líder da oposição deve provir de um partido com pelo menos 10% dos deputados na Câmara Baixa, que conta com 543 assentos.

Este posto ficou vago por 10 anos uma vez que o Congresso, outrora dominante, não atingiu este limite.