EDUCAÇÃO

Greve da UFPE: professores decidem, nesta quinta-feira (27), se mantêm paralisação

Educadores decidirão se aceitam proposta do governo federal

Imagem aérea do Campus da UFPE, no Recife - UFPE/Divulgação

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) vão se reunir, nesta quinta-feira (27), para decidirem se vão manter ou não a greve, que começou há dois meses.

A assembleia geral extraordinária deve acontecer no auditório Denis Benevides, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), da unidade de ensino superior, a partir das 8h30.

A decisão vem um dia após os professores e servidores técnico-administrativos da Educação Básica, Profissional e Tecnológica terem aceitado, no sábado (22), a proposta do governo federal para encerramento da paralisação nas escolas.

Seria feita a assinatura dos termos de acordo entre o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e o governo, que propôs a reestruturação da remuneração com dois reajustes salariais - um em 2025, outro em 2026.

No encontro da próxima quinta, os professores responderão à pergunta: “Você concorda que os docentes da UFPE saiam da greve?”.

Nas últimas assembleias, realizadas de forma híbrida (presencial e virtual), a participação da categoria foi relevante.

Em 17 de abril, quando a paralisação foi decretada, 1.736 profissionais votaram.

Já quando foi avaliada uma das contrapropostas do governo federal às demandas dos professores, em 24 de maio, o total de participantes chegou a 1.548.

Na avaliação da professora Teresa Lopes, presidenta da Adufepe, a greve cumpriu sua missão. 

“O governo cedeu em várias outras demandas da nossa categoria. Continuamos considerando reajuste zero em 2024 muito ruim, mas nós temos responsabilidade para com a sociedade, em especial com os alunos. No final das contas, a decisão está nas mãos dos professores”, salienta Teresa.

Mesmo com zero de reajuste este ano, o governo anunciou que a categoria terá 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

Demandas atendidas
Apesar de a pauta do reajuste salarial não ter sido plenamente atendida, uma série de outras demandas da categoria foi atendida.

Por exemplo, a recomposição do orçamento das universidades e a garantia de uma permanência de qualidade para os estudantes. 

Outra conquista da greve foi a revogação da Portaria 983/2020, que aumentava a carga horária dos profissionais de ensino de institutos federais e colégios de aplicação, prejudicando as atividades de pesquisa e extensão.

Mais ganhos contabilizados são os reajustes em benefícios como auxílio alimentação, saúde suplementar e creches e as 5.600 bolsas de permanência para estudantes quilombolas e indígenas, além do anúncio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) das Universidades, que vai destinar R$ 5,5 bilhões para expansão e criação de novos campi em todo o Brasil, incluindo um em Sertânia. 

No Estado, os professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decidiram encerrar a paralisação e voltam às atividades em 1º de julho.