Milei nega que FMI exija desvalorização cambial na Argentina, e celebra dado de inflação
Presidente argentino diz que as especulações são falsas, e que há setores interessados no avanço do dólar
O presidente da Argentina, Javier Milei, negou nesta segunda-feira, 24, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) esteja exigindo uma desvalorização da taxa de câmbio local, o que vem sendo ventilado nos últimos dias.
Em entrevista à rádio Mitre, o mandatário, que está cumprindo agenda na Europa, disse que as especulações são falsas, e que há setores interessados no avanço do dólar.
"Eliminamos a questão fiscal, temos superávit, por outro lado, na questão financeira com tudo que é transferência de dívida, a maior parte já está nos bancos públicos, mas tem um problema delicado que é a questão das opções de venda (uma série de contratos em pesos) e isso preocupa", afirmou.
As especulações começaram na última semana, após o staff do FMI emitir um novo informe sobre o país.
Alguns interpretaram como um pedido para que o governo desvalorizasse o câmbio local em 30%, o que foi negado pelo ministro da Economia, Luis Caputo.
Questionado sobre os números mostrando que na terceira semana de junho não houve aumentos em alimentos e bebidas, o que não ocorria há 30 anos na Argentina, Milei disse que "é um sinal de que estamos no caminho correto, e que os resultados vão aparecendo".
Hoje, o presidente falou desde Praga, na República Checa, onde se reuni com o primeiro-ministro local, Petr Fiala. Milei se reuniu ontem com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, com que disse ter tido uma reunião produtiva, na qual ambos discutiram o acordo entre Mercosul e União Europeia, investimentos alemães na Argentina e o ingresso do país na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).