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Lira indica que vai descartar pedido da oposição de levar a plenário decisão que absolveu Janones

A aliados, Lira desconsiderou a possibilidade por entender que a decisão cabe ao colegiado

Arthur Lira , presidente da Câmara dos Deputados - Lula Marques/Agência Brasil

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não deve levar à frente o pedido feito pela oposição para submeter ao plenário da Casa a decisão do Conselho de Ética que arquivou um processo disciplinar André Janones (Avante-MG) por um suposto esquema de rachadinha em seu gabinete.

A aliados, Lira desconsiderou a possibilidade por entender que a decisão cabe ao colegiado. Mais de 60 parlamentares assinaram um requerimento inédito de recurso, que tenta reviver a tentativa de cassação de Janones, originalmente apresentada pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O placar da votação no Conselho de Ética ficou em 12 a 5 pela aprovação do parecer do relator, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que votou pelo arquivamento do pedido de cassação. Após a sessão, Janones e parlamentares de oposição trocaram empurrões. O deputado foi escoltado pela Polícia Legislativa até a saída.

A representação contra Janones foi apresentada após dois ex-assessores do parlamentar afirmarem que ele cobrava funcionários lotados em seu gabinete na Câmara a repassar parte dos seus salários. O caso é investigado pela Polícia Federal. Em entrevista ao GLOBO, Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira disseram que a prática envolvia até mesmo os valores recebidos como 13º e chegava a 60% dos vencimentos.

No relatório, Boulos alegou que as acusações contra Janones são anteriores ao exercício do mandato dele, que se iniciou em 2023. Segundo o pré-candidato à prefeitura de São Paulo, as suspeitas já eram de conhecimento público desde 2022.

“Não há justa causa, pois não há decoro parlamentar, se não havia mandato à época — o que foge do escopo, portanto, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar — o mesmo caso visto agora”, escreveu o deputado.

Na ocasião, Janones se defendeu das acusações aos seus colegas parlamentares.

— Abri mão do meu sigilo bancário, não tenho casa de R$ 14 milhões, não tenho loja de chocolate, não tenho nenhum patrimônio, que reduziu desde 2022. Então não teve nenhuma prova material — afirmou.