SÃO PAULO

Marçal lança curso com Renato Cariani, réu por tráfico de drogas

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, ex-coach promete ensinar a atingir a 'plenitude no corpo, na alma e no espírito'

Pablo Marçal e Renato Cariani - YouTube/Reprodução

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal lançou um curso ao lado de Renato Cariani, influenciador do meio fitness que é réu por tráfico de drogas. Os dois fizeram um evento juntos na noite desta terça-feira (25), que foi transmitido ao vivo pelas redes sociais.

O curso de autoajuda é chamado de “Super Humano”, e segundo os organizadores, ensina a atingir “a plenitude no corpo, na alma e no espírito para prosperar em todas as áreas da vida”. A formação ocorre até o dia 1º de julho, mediante inscrição gratuita.

 

Cariani e Marçal têm feito diversas publicações juntos nas últimas semanas, já que o instrutor físico tem ajudado o ex-coach em suas atividades físicas. Durante o evento de lançamento do curso, Marçal chegou a comentar sobre a disputa eleitoral. Ele disse ter recebido mensagens do prefeito chamando de "uma piada", mas disse que estava acostumado porque havia sido piada em tudo que começou a fazer, e que a piada viraria "pesadelo".

Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal fez busca e apreensão na casa de Cariani, suspeito de integrar uma organização criminosa que atuou no desvio de produtos químicos para produção de drogas.

Segundo as investigações, empresas que tem Cariani como sócio são suspeitas de terem desviado produtos químicos para o narcotráfico. Ainda segundo a PF, em seis anos, foram desviados cerca de 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol, substâncias usadas por criminosos para transformar a pasta base de cocaína em pó e em pedras de crack. A principal empresa investigada é a Anidrol, uma indústria química que fica em Diadema, na Grande São Paulo, e tem como sócio o influenciador fitness.

A investigação, em parceria com o Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), começou em 2019 a partir de uma denúncia do laboratório AstraZeneca, o mesmo que fabrica vacinas e medicamentos.

Em abril, a Justiça autorizou a devolução do passaporte de Cariani, para que ele possa fazer viagens a trabalho ao exterior. Entretanto, sempre que for viajar ele precisa avisar a Justiça com 15 dias de antecedência.